Economia
Ibovespa atinge nova máxima e sobe 0,24% chegando a 141,2 mil pontos

Pelo segundo dia consecutivo, o Ibovespa atingiu novos recordes historicos, mesmo com volume de operações menor devido ao feriado da Independência nos Estados Unidos, que resultou no fechamento dos mercados de Nova York e sessão mais curta ontem.
Durante o pregão, o indicador chegou a 141.563,85 pontos e encerrou com alta de 0,24%, aos 141.263,56 pontos, com movimentação financeira reduzida, totalizando R$ 9,01 bilhões.
Na última semana, o Ibovespa acumulou uma valorização de 3,21%, registrando seu melhor desempenho desde o período entre 22 e 25 de abril, quando teve ganho de 3,93% em quatro sessões.
Além disso, o índice da B3 interrompeu a sequência de duas semanas de quedas leves (-0,18% na semana passada e -0,07% no período anterior). As máximas alcançadas nas últimas sessões refletem um crescimento de 17,44% no acumulado do ano e avanço de 1,73% no mês de julho.
Segundo o Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira, a maioria dos participantes mantém expectativa de que as ações continuarão subindo no curto prazo, mesmo após os recordes recentes. Metade dos avaliadores prevê alta para a próxima semana, enquanto 25% esperam estabilidade e outros 25% indicam possível queda. No levantamento anterior, 62,5% apostavam na valorização, 25% em estabilidade e 12,5% em desvalorização.
Felipe Paletta, estrategista da EQI Research, atribui os recordes do Ibovespa a dois fatores principais. Primeiro, houve um movimento no mercado de juros no final de junho que sugeriu um ponto de inflexão na economia brasileira, com controle maior da inflação. Cortes na taxa de juros, antes previstos para o próximo ano, parecem estar mais próximos, impactando positivamente a curva futura e o desempenho do índice.
O segundo fator é a melhora na perspectiva para a economia chinesa, principal consumidora das commodities brasileiras, como petróleo e minério de ferro, beneficiando especialmente o setor de metais no mercado brasileiro.
Paletta destaca que siderúrgicas e mineradoras têm tido bom desempenho no começo do mês, impulsionadas pela recuperação acelerada nos preços do minério. O setor de papel e celulose, com empresas como Klabin, também teve valorização significativa nos últimos 15 a 20 dias. As expectativas positivas são reforçadas pelo fato das bolsas americanas estarem em máximas históricas.
No desempenho semanal, a ação mais importante do Ibovespa, Vale ON, obteve ganho de 4,15%, e a Petrobras registrou alta próxima a 4% em suas ações ordinárias (+3,99%) e preferenciais (+2,92%).
Hoje, com mercado global de menor liquidez, as commodities principais apresentaram variações discretas: a mineradora teve leve alta de 0,29% e a petrolífera, variações pequenas, com alta de 0,11% nas ações ordinárias e queda de 0,12% nas preferenciais.
Os grandes bancos mostraram resultados mistos, desde perda de 0,31% (Santander Unit) até ganho de 0,58% (Banco do Brasil ON). Entre os destaques positivos da sessão estão BRF (+3,44%), Vibra (+2,68%), MRV (+2,11%) e Hapvida (+1,89%). Já os papéis com desempenho negativo incluíram Engie (-5,16%), Yduqs (-1,27%) e Vamos (-1,24%).
Na esfera interna, a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), trouxe maior previsibilidade na disputa entre Executivo e Legislativo sobre o aumento do IOF, contribuindo para uma perspectiva de diálogo e evitando conflito maior.
Willian Queiroz, sócio e advisor da Blue3 Investimentos, comentou que a decisão de Moraes ajuda na reabertura do diálogo entre os poderes, fundamental para ajustes fiscais que seguem sendo necessários.
Em relação à suspensão da decisão do governo e do Congresso para aumento do IOF, a ministra responsável pela articulação política, Gleisi Hoffmann, manifestou esperança em uma solução negociada entre as partes, ressaltando a responsabilidade do governo em manter o arcabouço fiscal e a importância da justiça tributária para o país.
O economista-chefe da Warren Investimentos, Felipe Salto, avaliou que na decisão de Moraes não houve vitória para nenhum dos lados e que a solução passará pela conciliação, destacando a complexidade de justificar a medida apenas como regulatória, diante dos efeitos arrecadatórios e do contexto do ajuste fiscal.

Você precisa estar logado para postar um comentário Login