Economia
Ibovespa sobe com decisão de Moraes sobre IOF

O Ibovespa iniciou o dia estável nesta sexta-feira (4), mas logo iniciou uma queda, influenciado pela baixa do preço do petróleo e das bolsas europeias. Hoje, a liquidez na B3 deve ser baixa novamente, devido ao fechamento dos mercados americanos em função do feriado do Dia da Independência, além da agenda internacional mais leve. No Brasil, apenas a balança comercial de junho será divulgada.
Depois, o índice se valorizou, atingindo novas máximas próximas de 141 mil pontos, após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que suspendeu os efeitos tanto dos decretos do governo Lula que aumentavam o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), quanto do decreto legislativo que havia revogado essa medida do governo.
Moraes ressaltou que o conflito entre ações do Executivo e do Legislativo, com declarações contrárias reiteradas, contraria o princípio constitucional da independência dos poderes e a necessidade de harmonia entre eles.
O estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, avaliou que a decisão é neutra a positiva. Segundo ele, o mercado já havia precificado essa possibilidade. “O Moraes foi estratégico, pois desagradou ao governo ao suspender o aumento do IOF, mas agradou ao mesmo tempo ao anular a decisão do Congresso. Acontece que, na prática, o processo volta ao ponto inicial”, explicou.
Na mesma linha, o estrategista da Potenza Capital, Bruno Takeo, disse que o ministro aparentemente optou por não se indispor nem com o governo nem com o Congresso. A decisão pode ser bem recebida, porém, o governo agora precisa repensar e apresentar uma nova proposta.
Na quinta-feira, mesmo com o Ibovespa alcançando um recorde histórico de 140.927,86 pontos, alta de 1,35%, o volume negociado foi de R$ 16,5 bilhões, abaixo da média diária de cerca de R$ 20 bilhões, devido ao encerramento antecipado dos negócios nos EUA.
Por conta da redução da liquidez e da referência de preços, além da fragilidade do cenário externo, o índice pode realizar parte dos lucros recentes, segundo Alvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec Brasil.
O preço do petróleo caiu quase 1% nesta manhã, enquanto o minério de ferro subiu 0,62% na bolsa de Dalian, China. A Petrobras apresentou queda entre 0,09% (PN) e 0,20% (ON), enquanto a Vale avançou 0,16% às 11h16.
O Ibovespa deve fechar a semana com uma valorização expressiva, acumulando alta de 3,19% até o momento, após queda de 0,18% na semana passada.
No cenário internacional, continuam as negociações tarifárias americanas, que mantêm os investidores atentos. O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que deve firmar novos acordos comerciais semelhantes ao pactuado com o Vietnã e que enviará cartas individuais com detalhes sobre tarifas para cada parceiro comercial. Essa aproximação mantém as bolsas europeias em baixa.
Silvio Campos Neto, economista sênior da Tendências Consultoria, comentou que esse cenário mantém a União Europeia em alerta, já que ainda não há sinais claros de acordo entre as partes.
À tarde, Trump assinará seu projeto de lei orçamentário, e no Brasil será divulgada a balança comercial de junho.
Aos 11h20, o Ibovespa subiu 0,23%, atingindo a máxima de 141.254,96 pontos, após tocar a mínima de 140.596,75 pontos, partindo de uma abertura em 140.927,86 pontos. Algumas ações de empresas bancárias importantes, como Itaú Unibanco (0,58%) e Banco do Brasil (0,76%), foram para o positivo após a decisão do ministro Moraes.

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