Japão usa policiais aposentados para conter ataques de ursos

O Japão está buscando ajuda de policiais aposentados para lidar com um aumento recorde nos ataques de ursos neste ano, conforme anunciado por um alto representante do governo na sexta-feira (14).

Minoru Kihara, secretário-geral do governo, liderou uma reunião ministerial especial que aprovou um conjunto de medidas para convocar pessoas com experiência no uso de armas, como ex-policiais e militares, para auxiliar no controle da população de ursos.

Desde abril, foram registradas treze mortes causadas por ataques de ursos — mais do que o dobro do número do ano anterior, representando um recorde desde que as estatísticas começaram a ser feitas — além de mais de cem feridos.

O plano apresentado visa diminuir a superpopulação de ursos, afastando-os das zonas habitadas e intensificando as capturas, conforme explicado por Kihara em entrevista coletiva.

Incidentes vêm ocorrendo quase diariamente, com ursos circulando em áreas residenciais, invadindo residências, destruindo estabelecimentos comerciais e se aproximando de escolas, causando medo sobretudo nos departamentos de Akita e Iwate, na região nordeste, que concentram a maioria dos ataques.

Em algumas localidades, policiais de choque foram designados para apoiar os caçadores locais na captura e abate dos ursos.

Desde quinta-feira, agentes da polícia japonesa, portando rifles, receberam permissão para abater ursos, graças à flexibilização das rigorosas leis de armas do país.

O Exército também foi acionado na semana passada nas duas regiões do nordeste, embora os soldados não estejam armados. Equipados com sprays repelentes, bastões, escudos, óculos de proteção, coletes à prova de balas e lançadores de redes, eles ajudam no transporte de armadilhas, na assistência aos caçadores e manejo dos animais capturados.

Uma escassez de alimentos naturais, especialmente bolotas, fruto do carvalho, é um dos fatores que levou os ursos — cuja população está crescendo — a invadirem áreas urbanas. Além disso, o despovoamento das zonas rurais amplia as zonas de transição entre florestas e áreas urbanas, aumentando os encontros entre humanos e ursos, segundo especialistas.