Conecte Conosco

Economia

Juros futuros caem ao menor nível em um ano com ata do Copom e inflação

Publicado

em

Os juros futuros de curto e médio prazo apresentaram queda significativa nesta terça-feira, 11, encerrando o pregão nos menores patamares dos últimos 12 meses. Essa movimentação foi influenciada principalmente pela ata do Comitê de Política Monetária (Copom) com uma postura menos rígida, e pela surpresa positiva na inflação de outubro.

Esses fatores reforçam expectativas de que o Banco Central poderá iniciar o processo de redução da taxa Selic já em janeiro, além da possibilidade de flexibilização maior no orçamento.

Ao final das operações, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 caiu de 13,835% para 13,68%. Para janeiro de 2028, a taxa recuou de 13,057% para 12,915%, e para janeiro de 2029, diminuiu de 12,983% para 12,86%.

Todas essas taxas atingem seus níveis mais baixos desde novembro de 2024. Na ponta mais longa da curva, o DI para janeiro de 2031 chegou a 13,175%, contra 13,282% no ajuste anterior.

Com o mercado americano fechado devido ao feriado do Dia dos Veteranos, os fatores locais foram os principais determinantes para o fechamento da curva de juros no Brasil. A desvalorização do dólar e o clima externo favorável, devido aos avanços para o encerramento do shutdown nos EUA, contribuíram para o desempenho positivo dos títulos.

Gustavo Okuyama, gestor de renda fixa da Porto Asset, destaca a ata do Copom como o principal elemento do dia. O documento esclareceu dúvidas importantes, como a incorporação do impacto da isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil e o significado da manutenção da Selic em níveis elevados por um período ‘bastante’ prolongado.

O comitê indicou que já incluiu uma estimativa preliminar da ampliação da isenção do IR, e mesmo assim a projeção para o IPCA do segundo trimestre de 2027 foi ajustada de 3,4% para 3,3%, uma mudança interpretada no mercado como sinal de possível corte futuro na taxa de juros.

Quanto ao termo ‘bastante’, Okuyama explica que se refere a um ciclo prolongado de manutenção da Selic, e não apenas a uma reunião específica, indicando confiança do Banco Central de que a taxa de 15% é suficiente para controlar a inflação e alcançar a meta de 3%.

Ele ressalta que embora a ata não represente uma mudança radical na comunicação do BC, combinada com o resultado do IPCA de outubro, sugere maiores chances de uma redução da Selic já em janeiro. A Porto Asset ainda projeta a primeira queda para março, com 0,5 ponto percentual. O mercado, entretanto, começa a ponderar entre antecipar o corte ou aguardar por uma redução maior no futuro.

O IBGE divulgou que o IPCA de outubro desacelerou de 0,48% para 0,09%, abaixo da mediana das previsões e próximo do limite inferior das estimativas. Além do número geral, a composição dos núcleos de inflação mostrou estabilidade, embora com ligeira aceleração mensal, indicando um ritmo compatível com a meta de inflação de longo prazo, segundo o diretor de pesquisa econômica do Banco Pine, Cristiano Oliveira.

O Bradesco destaca que, em uma métrica de três meses anualizada, a média dos núcleos está em 3,9%, refletindo menor pressão dos bens industriais e serviços contidos. Essa informação levou a revisões para baixo nas estimativas para a inflação de 2025, como a do UBS BB, que ajustou a projeção de 4,6% para 4,5%, já dentro do intervalo da meta oficial.

Clique aqui para comentar

Você precisa estar logado para postar um comentário Login

Deixe um Comentário

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados