Juventude de partido alemão de direita extrema volta com controvérsias

O partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) inaugurou neste sábado (29) uma nova ala juvenil durante um congresso próximo a Frankfurt, que começou com mais de duas horas de atraso devido a protestos contra essa organização, conhecida por sua postura anti-imigração e pró-Rússia.

Como segunda força nas eleições legislativas recentes e principal nome da oposição na Alemanha, o AfD prepara-se para disputar eleições regionais em 2026, especialmente focado em sua base na antiga Alemanha oriental.

Esta nova ala juvenil substitui a antiga ‘Junge Alternative’ (Alternativa Jovem), dissolvida este ano após avaliações dos serviços de inteligência que a classificaram como extremista.

A antiga organização juvenil esteve envolvida em várias polêmicas, incluindo membros que proferiram cantos racistas e encontros com neonazistas.

Durante o congresso em Giessen, Tino Chrupalla, um dos líderes do AfD, reconheceu a necessidade de aprender com erros anteriores, comentando que alguns antigos integrantes agiram de forma imprudente.

O novo grupo, denominado ‘Generation Deutschland’, será liderado pelo deputado regional Jean-Pascal Hohm, de 28 anos, eleito com ampla maioria em Brandeburgo, região de forte apoio ao partido no leste alemão.

Hohm declarou que lutarão vigorosamente por uma mudança clara na política de migração, visando preservar a Alemanha como a pátria dos alemães. Ele também negou quaisquer ligações com países estrangeiros, enfatizando o patriotismo dos membros do grupo.

Durante o evento, opositores protestaram em Giessen com cartazes contra o fascismo, enquanto um grande esquema de segurança foi montado para conter manifestações, com estimativas de até 25.000 manifestantes durante o dia.

Um dos manifestantes expressou preocupações sobre a criação de um movimento juvenil que pudesse relembrar a Juventude Hitlerista, destacando a importância da memória histórica alemã.

A Alemanha, marcada por seu passado nazista, sempre demonstrou resistência ao crescimento da extrema direita, mas fatores como a grande onda migratória de 2015, principalmente da Síria, ataques terroristas e crimes atribuídos a estrangeiros, contribuíram para o aumento de popularidade do AfD.