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Economia

Lula conversa com Trump sobre uso de estado americano para lavagem de dinheiro no Brasil

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discutiu com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em uma ligação no início da tarde desta terça-feira, a respeito da utilização do estado americano de Delaware como um meio para lavar dinheiro originado de fraudes fiscais no Brasil.

Na véspera do diálogo, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, apresentou ao presidente e a ministros informações sobre essas fraudes em uma reunião no Palácio do Planalto.

Conforme as investigações do órgão, o Grupo Refit movimentou aproximadamente R$ 72 bilhões em um período de um ano, utilizando offshores localizadas em Delaware, reconhecido como um paraíso fiscal, para esconder lucros ilegais.

Após a reunião, Lula solicitou que o conteúdo da apresentação fosse traduzido para o inglês para facilitar a comunicação com Trump.

Participaram da reunião os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Ricardo Lewandowski (Justiça), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Sidônio Palmeira (Comunicação Social), Rui Costa (Casa Civil) e Mauro Vieira (Relações Exteriores).

Em 27 de abril, quando a Polícia Federal iniciou a operação Poço de Lobato sobre as fraudes atribuídas ao Grupo Refit, que é proprietário da Refinaria de Manguinhos (RJ), Haddad já havia destacado o uso de empresas sediadas em Delaware.

— Nosso objetivo é iniciar conversas com os Estados Unidos sobre o crime organizado. Estas empresas estão sendo abertas em Delaware. Criam empréstimos para fundos que, segundo suspeita da Receita, nunca serão quitados, e esse dinheiro retorna em forma de investimentos no Brasil, aparentando ser investimento estrangeiro direto — afirmou o ministro da Fazenda na ocasião.

Haddad também classificou o esquema como uma grave triangulação internacional e mencionou a descoberta de uma operação final no valor de R$ 1,2 bilhão, que simulava um investimento estrangeiro.

— Não sabemos quantos fundos estão envolvidos. É fundamental obter cooperação internacional — declarou o ministro.

Após tomar conhecimento dessas informações, Lula pediu que o ministro preparasse uma apresentação detalhada sobre as fraudes. Em comunicado divulgado após a conversa com Trump, o governo brasileiro afirmou: “O presidente Lula destacou a necessidade urgente de intensificar a colaboração com os Estados Unidos para combater o crime organizado internacional. Ele ressaltou as recentes operações realizadas pelo governo federal brasileiro que visam cortar o financiamento ao crime organizado e identificou ramificações que operam do exterior. O presidente Trump manifestou total disposição para trabalhar em conjunto com o Brasil e assegurou apoio a iniciativas conjuntas entre os dois países para enfrentar tais organizações criminosas.”

A Operação Poço de Lobato, que investigou o Grupo Refit, revelou um esquema de evasão fiscal que, segundo o governo paulista, atingia R$ 350 milhões por mês e envolvia uma rede complexa de importadoras, distribuidoras, formuladoras, postos, fundos de investimento e empresas falsas tanto no Brasil quanto no exterior.

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