Lula e Trump discutem fim de sobretaxa em produtos brasileiros

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone nesta terça-feira (2) com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na ligação, Lula expressou seu desejo de avançar rapidamente nas negociações para suspender a sobretaxa de 40% aplicada pelo governo dos EUA sobre alguns produtos do Brasil.

Durante a conversa, os presidentes também trataram da cooperação para o combate ao crime organizado. Segundo comunicado do Palácio do Planalto, o diálogo foi bastante produtivo e durou 40 minutos.

Ainda de acordo com o Palácio do Planalto, a ligação entre os líderes teve como foco a retirada dos impostos extras, em um momento em que 22% das exportações brasileiras aos Estados Unidos ainda sofrem com essas tarifas. No início, esse percentual era de 36%.

Trump instaurou as sobretaxas como parte de sua política para diminuir o déficit comercial dos EUA, com uma tarifa inicial de 10% sobre produtos brasileiros, que foi aumentada para 40% em agosto em retaliação às decisões relacionadas a empresas de tecnologia e julgamentos políticos no Brasil.

Os avanços recentes ocorreram após o encontro entre Lula e Trump na Malásia, em outubro, e várias conversas posteriores entre equipes dos dois países. O Brasil espera a remoção gradual de mais produtos da lista tarifada, especialmente os industriais, que enfrentam dificuldades para buscar outros mercados.

Além das negociações comerciais, a pauta também incluiu temas como terras raras, tecnologia, energia renovável e o regime especial para serviços de data center.

Combate ao crime organizado

Na mesma ligação, Lula destacou a urgência de reforçar a parceria com os Estados Unidos para enfrentar o crime organizado internacional. Ele mencionou operações recentes do governo federal brasileiro que visam cortar o financiamento dessas organizações criminosas, que atuam inclusive a partir do exterior.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ressaltou a importância de um diálogo direto para combater crimes como evasão de divisas e lavagem de dinheiro, citando o uso do estado de Delaware, nos EUA, como um paraíso fiscal para essas atividades ilegais.

Donald Trump manifestou total apoio para colaborar com o Brasil em iniciativas conjuntas para combater essas organizações criminosas. Os dois líderes concordaram em manter contato frequente para acompanhar o progresso dessas ações.