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Economia

Lula propõe moeda única para Brics antes da cúpula

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Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou nesta sexta-feira, 4, sua defesa por uma moeda comum entre os países do Brics, desconsiderando as advertências dos Estados Unidos, que ameaçaram iniciar uma guerra tarifária contra quaisquer tentativas de desafiar a supremacia do dólar no cenário global.

Durante a abertura da 10ª reunião anual do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), ligada ao Brics e que antecede a cúpula oficial do bloco neste domingo, 6, Lula destacou que a criação de uma moeda única para transações internacionais poderia ser uma solução para diminuir a dominância do dólar e reduzir custos financeiros.

Essa proposta tem o apoio de países como China, que competem economicamente com os EUA, e nações sujeitas a sanções, como Rússia e Irã. Embora o Brasil tenha retardado o avanço do tema para evitar tensões com os Estados Unidos e a impressão de que o Brics teria um viés antiocidental, Lula voltou a trazer a ideia para o debate público.

Nos últimos anos, o governo americano ameaçou impor tarifas elevadas sobre exportações dos países que tentassem derrubar a hegemonia do dólar, uma posição que o Brasil tem buscado contornar para manter um relacionamento equilibrado com Washington.

Donald Trump, ex-presidente americano, já havia ameaçado taxar em 100% produtos de nações que desafiassem a moeda americana.

A presidente do NDB, Dilma Rousseff, também criticou indiretamente essas medidas protecionistas ao afirmar durante a abertura do encontro que o mundo enfrenta um momento de fragilidade, desigualdade e crises múltiplas, ressaltando o aumento do unilateralismo e o uso de tarifas e sanções como instrumentos políticos.

Esta defesa de Lula também está inserida em um contexto político interno, servindo como um recado no embate entre o Executivo e o Congresso, que recentemente derrubou seu decreto para aumentar o IOF, uma medida destinada a ampliar a arrecadação para custear despesas públicas. O presidente voltou a enfatizar a importância da taxação sobre grandes fortunas.

Antes da cúpula do Brics, marcada para o Rio de Janeiro, Lula terá uma agenda cheia de reuniões com líderes internacionais, incluindo representantes da Etiópia, Nigéria, Vietnã, China e Cuba, para debater assuntos bilaterais e globais.

Essas reuniões acontecerão no Forte de Copacabana, onde o presidente também participará do Fórum Empresarial do Brics. Além disso, Lula terá encontros mais reservados com líderes do bloco no Museu de Arte Moderna, local da abertura oficial do encontro.

Após o evento, o presidente retorna a Brasília para receber oficialmente o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o presidente da Indonésia, Prabowo Subianto. Na ocasião, Lula pretende expressar sua gratidão pelos esforços na tentativa de resgatar a brasileira Juliana Marins, que faleceu em uma trilha no vulcão Monte Rinjani em junho.

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