Maior golpe financeiro no Brasil envolve Ataque à C&M, diz polícia

Um desvio significativo de fundos ligados à C&M, empresa responsável por conectar bancos e fintechs ao sistema PIX do Banco Central, foi classificado pela Polícia Civil de São Paulo como o maior golpe já registrado contra instituições financeiras no Brasil. Estima-se que pelo menos R$ 800 milhões foram subtraídos dos clientes da empresa por meio de operações envolvendo o Pix, conforme relatado pelo delegado Renato Topan em uma coletiva.

Uma das contas associadas a essa operação teve um bloqueio de R$ 270 milhões, enquanto que cerca de R$ 15 milhões em criptomoedas foram congelados. Os detalhes sobre as instituições financeiras e os titulares das contas afetadas não foram divulgados na investigação. “Estamos coordenando ações com a Polícia Federal e o Ministério Público para o congelamento dos ativos suspeitos”, afirmou Topan.

A formalização da denúncia partiu inicialmente da BMP, que foi a primeira empresa a reconhecer publicamente o golpe, reportando um prejuízo de R$ 514 milhões. Fontes indicam que ao menos oito empresas foram vítimas.

A C&M Software é uma multinacional que fornece no Brasil a infraestrutura que conecta instituições financeiras ao Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). A Polícia Civil indica que a empresa presta serviços para 23 instituições financeiras, incluindo a Credsystem e o Banco Paulista, ambas confirmadas como atingidas.

Na última sexta-feira, dia 4, a polícia prendeu João Nazareno Roque, um funcionário terceirizado da C&M, que admitiu ter fornecido a criminosos os acessos ao sistema da companhia. De acordo com os investigadores, ele compartilhou credenciais e senhas, facilitando o desvio de recursos através de transferências fraudulentas via Pix. Não houve invasão direta dos sistemas da C&M, mas sim o uso indevido de informações legítimas.