Menina é agredida pelo pai após tomar achocolatado

A Polícia Civil de Goiás (PCGO) está investigando um caso de maus-tratos envolvendo uma criança de 8 anos no Distrito Federal. A menina teria sido agredida por seu próprio pai após consumir um achocolatado sem sua permissão.

O incidente ocorreu no dia 23 de junho, na casa do suspeito localizada no Riacho Fundo II. A criança reside com a mãe, Lyvian Oliveira, uma confeiteira de 27 anos em Valparaíso de Goiás, mas visita o pai quinzenalmente. Como o agressor ainda não foi preso ou formalmente acusado pela polícia, seu nome será mantido em sigilo nesta reportagem.

Após as agressões, a menina retornou para casa no dia seguinte. Lyvian ficou alarmada ao ver marcas pelo corpo da filha e questionou o que tinha acontecido. A criança relatou que seu pai a havia espancado usando chinela, cinto e o cabo de um fio, por causa de um achocolatado.

As fotos das lesões mostram hematomas ao redor do olho, costas, braços, orelha e perna da menina.

Segundo Lyvian, a atual companheira do agressor presenciou as agressões e não interveio. “Minha filha contou que essa mulher ria enquanto ela apanhava”, relata. “Ambos são responsáveis”, acrescenta.

Lyvian e o suspeito viveram juntos por seis anos e se separaram em 2021, desde então dividem a responsabilidade pelos cuidados da filha.

Medidas Legais

A mãe registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil de Goiás e buscou auxílio judicial para obter uma medida protetiva em favor da filha, impedindo o contato do pai com ela. O pedido foi aceito em 25 de junho pela 1ª Vara Criminal de Valparaíso.

No entanto, a mãe informa que o suspeito tem desrespeitado a ordem judicial. “Na noite de 1º de julho, ele enviou mensagens para minha filha, mesmo ciente da proibição. Voltei à delegacia, porém, sem respostas até o momento”, conta Lyvian.

A medida proíbe qualquer contato do pai com a menina e seus familiares, bem como sua aproximação a menos de 200 metros, e a frequência à escola da criança.

O advogado da mãe, Christovam Machado, pretende solicitar a prisão preventiva do suspeito, visando assegurar a proteção da criança e de Lyvian. Ele relata que um novo boletim foi registrado após contato do homem com a menina, sem que providências tenham sido tomadas.

Consequências para a Criança

A criança está traumatizada e assustada, de acordo com a mãe. “Ela está muito receosa, não consegue dormir sozinha e fala pouco sobre o que aconteceu”, explica Lyvian. A menina admitiu ter tomado o achocolatado, mas a mãe enfatiza que isso não justifica agressão de qualquer tipo.

Lyvian tomou coragem para denunciar o ocorrido, preocupada com a aparente negligência das autoridades. “É uma criança espancada sem piedade que precisa de justiça”, declara. “O pai deve responder por suas ações, não há justificativa para tal violência.”

Posição do Pai

A reportagem tentou contato com o pai da menina, que afirmou estar orientado por sua defesa a não comentar o caso.