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Ministras pedem punições mais severas para feminicídio
Seis ministras e um ministro do governo federal reuniram-se neste domingo (7), em Brasília, para o Levante Mulheres Vivas, evento organizado por várias entidades da sociedade civil. A manifestação ocorreu em diversas capitais do país, motivada por uma sequência de feminicídios que impactaram profundamente a população.
Mesmo com forte chuva, o evento contou com a presença da primeira-dama Janja Lula da Silva. O ministro presente foi o do Desenvolvimento Social, Wellington Dias.
A ministra da Mulher, Márcia Lopes, ressaltou a necessidade de as mulheres ocuparem metade dos cargos políticos no Brasil. “Não votaremos em homens que agridam e desrespeitem as mulheres”, afirmou.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, destacou que essa é uma luta para toda a sociedade, enfatizando a importância da participação masculina.
“É essencial que os homens estejam conosco nesse caminho. Essa é uma batalha para todos. Precisamos combater essa ferida social, fruto de uma cultura e história que colocam as mulheres em posição inferior”, declarou.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, lembrou da irmã, a vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018 no Rio de Janeiro.
“Após o trágico assassinato de Marielle, seguido pela morte violenta de nossa mãe, recebemos uma mensagem clara. Hoje estamos aqui para garantir que continuaremos firmes, lutando e ocupando nossos espaços, queira quem quiser”, afirmou.
A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, que participou em cadeira de rodas após cirurgia, ressaltou a invisibilidade da violência contra mulheres indígenas.
“Embora a violência contra as indígenas seja tão real quanto contra outras mulheres, ela permanece oculta, sem registros e estatísticas”, lamentou.
A ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, destacou a longa luta contra a violência de gênero.
“Essa batalha é milenar e está longe de acabar. Lutamos por igualdade salarial, acesso a creches e para que mulheres cientistas possam avançar em suas carreiras sem obstáculos”, afirmou.
A primeira-dama Janja Lula da Silva expressou tristeza pelos feminicídios e clamou por punições rigorosas.
“Que essa data seja um marco do movimento feminino no Brasil. Precisamos de penas mais duras para o feminicídio. Não é aceitável que um agressor mate uma mulher e logo em seguida esteja livre para cometer outro crime”, declarou.
A ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, também participou do ato na Torre de TV, em Brasília.
Contexto
A mobilização nacional foi provocada pela crescente onda de feminicídios que têm chocado o país.
No fim de novembro, Tainara Souza Santos sofreu mutilações após ser atropelada e arrastada presa ao veículo por aproximadamente um quilômetro. O motorista responsável, Douglas Alves da Silva, foi detido.
Na mesma semana, duas funcionárias do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet-RJ), no Rio de Janeiro, foram assassinadas a tiros por um colega que em seguida tirou a própria vida.
Na sexta-feira (5), o corpo carbonizado da cabo do Exército Maria de Lourdes Freire Matos, 25 anos, foi encontrado em Brasília. O crime está sendo tratado como feminicídio, após confissão do soldado Kelvin Barros da Silva, 21 anos.
Segundo o Mapa Nacional da Violência de Gênero, cerca de 3,7 milhões de mulheres brasileiras sofreram violência doméstica no último ano.
Em 2024, 1.459 mulheres foram vítimas de feminicídio, uma média de cerca de quatro assassinatos por dia motivados pelo gênero. Já em 2025, o Brasil já contabilizou mais de 1.180 casos.


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