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Moraes nega liberdade a tenente-coronel e destaca importância da ordem pública

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes recusou o pedido para revogar a prisão preventiva do tenente-coronel do Exército Rodrigo Bezerra de Azevedo, que está detido por envolvimento em um plano para assassinar o magistrado. O militar, que participou do curso de Forças Especiais do Exército, é integrante do grupo conhecido como “kids pretos”.

A defesa do tenente-coronel pleiteou a revogação da prisão argumentando que os atos pelos quais ele foi detido teriam ocorrido em 2022 e que não existiriam provas concretas de que ele oferece risco. No entanto, Moraes ressaltou a necessidade de preservar a ordem pública e garantir o andamento correto do processo penal. O ministro afirmou ainda que não há nenhum fato que justifique a liberação do custodiado.

No depoimento à Polícia Federal em novembro, o militar negou participação na tentativa de golpe. A investigação apontou que Azevedo inseriu um chip de celular em seu nome no aparelho usado no plano de matar Moraes. Essa inserção ocorreu em 29 de dezembro, depois do planejamento do ato. Ele colocou um chip em seu nome e posteriormente inseriu um chip em nome de uma terceira pessoa aleatória.

O militar alegou não estar com o aparelho até o dia 29 e que o encontrou em uma caixa de celulares antigos usada para missões em um setor do Comando de Operações Especiais do Exército, local onde fica o batalhão dos “kids pretos”.

“No meio desses celulares havia um aparelho que parecia mais novo. Peguei esse celular para testar e, caso estivesse funcionando, pretendia usá-lo para trabalho e viagens”, explicou Azevedo. Ele afirmou não se recordar se colocou o chip usado na ação contra Moraes ou se o chip já estava no celular.

“Esse aparelho pode ter sido usado por várias pessoas. Eu não fazia ideia do que esse chip tinha sido usado anteriormente. Provavelmente, ele já estava no celular, e eu inseri um chip no meu nome e outro depois”, acrescentou. Ele afirmou ainda que não usou o aparelho no dia 15, mas começou a utilizá-lo por volta do dia 20.

O delegado da Polícia Federal responsável pela investigação, Fábio Shor, comentou que essa declaração agravou ainda mais a situação.

“Então, o senhor confirma que esse telefone é do Batalhão de Operações Especiais, ou seja, um telefone usado numa tentativa de prender e matar o ministro Alexandre de Moraes; sua afirmativa demonstra a gravidade do caso”, disse o delegado.

Grupo de WhatsApp perdeu objetivo, diz militar

A investigação da PF revelou que o tenente-coronel Azevedo também atuava em um grupo no WhatsApp chamado “Dosssss!!!”, administrado pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-assessor de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em 30 de dezembro de 2022, ele publicou uma mensagem lamentando a falta de ação das Forças Armadas.

“Para mim, esse grupo perdeu o propósito… Quero deixar um abraço para a verdadeira Força Especial que fez o que pôde para honrar seu nome e as Forças Especiais… Se quiserem, estou no privado! Força!”, escreveu o militar. Segundo o relatório final da PF, há indícios de ações coordenadas envolvendo técnicas e militares formados em Forças Especiais para tentar dar andamento ao golpe de Estado planejado pelo grupo investigado.

Questionado sobre o contexto da mensagem em depoimento, o militar explicou que se tratava de um desabafo relacionado a problemas internos, como o efetivo reduzido.

“Estávamos perdendo pessoas e não recebendo novos integrantes. Também havia falta de equipamentos, tanto de armamento quanto de comunicação. Foi apenas um desabafo em relação a nossos superiores… Eu já estava cansado até desse negócio de grupo, por isso saí de todos que participava”, declarou Azevedo.

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