Moraes permite visita de deputado ao general preso Braga Netto

Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou em 2 de abril que o deputado federal Junio Amaral (PL-MG) realize uma visita ao general Walter Braga Netto, que está detido preventivamente no Rio de Janeiro desde dezembro do ano passado, após operação da Polícia Federal (PF). Braga Netto está sendo investigado no STF por seu suposto envolvimento em uma tentativa de golpe após as eleições de 2022.

Junio Amaral, amigo próximo de Braga Netto, afirmou que planejava essa visita há meses e agora, com a autorização do STF, irá organizá-la. O parlamentar declarou ao Estadão que possui grande consideração e respeito pelo general.

De acordo com a decisão de Moraes, a reunião ocorrerá na Vila Militar, local onde Braga Netto está custodiado. O ministro também estipulou que a visita deve seguir as regras da 1ª Divisão do Exército.

A data da visita ainda será definida. A autorização destaca que o encontro tem caráter pessoal, o que impede a entrada de assessores, seguranças, jornalistas ou outras pessoas que não sejam o deputado.

Junio Amaral deverá entrar sem dispositivos eletrônicos, como celular ou câmeras, e está proibido registrar imagens ou áudios dentro da unidade prisional, sob risco de penalidades.

Moraes solicitou que a defesa de Braga Netto fosse consultada antes da decisão, e os advogados do general não se opuseram à visita.

Braga Netto foi vice na chapa do ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022 pelo PL. Ele foi preso em sua casa no bairro de Copacabana, Rio de Janeiro, acusado de tentar obstruir a Justiça. A prisão preventiva foi pedida pela PF e autorizada por Moraes.

Ao decretar a prisão do general, Moraes declarou que há indícios fortes de que Braga Netto teve papel mais relevante do que se imaginava no planejamento e suporte financeiro da tentativa de golpe que buscava manter Jair Bolsonaro no poder. Essa decisão contou com o apoio do procurador-geral da República, Paulo Gonet.