OCDE projeta estabilidade do crescimento econômico global para 2025, mas aponta desafios

A economia mundial apresentou uma resistência maior que a estimada neste ano, embora continue enfrentando desafios internos. Estes desafios incluem o aumento das barreiras comerciais e incertezas políticas consideráveis, conforme revela o relatório preliminar das Perspectivas Econômicas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgado recentemente.

O documento destaca que os impactos completos do aumento das tarifas ainda não foram completamente sentidos, mas já começam a ser evidentes, principalmente nos Estados Unidos.

Observa-se que o ritmo do comércio global diminuiu após um crescimento expressivo nas trocas de mercadorias no começo do ano, antes da implementação das tarifas. Além disso, a inflação ainda não retornou ao nível desejado em várias nações, e há indicações de enfraquecimento na demanda por trabalho em várias economias.

Por outro lado, a OCDE ressalta que as políticas macroeconômicas favoráveis, melhorias nas condições financeiras estimuladas pelo otimismo acerca do impacto das novas tecnologias, bem como a intensificação dos investimentos e do comércio impulsionados pela inteligência artificial (IA), têm contribuído para sustentar a demanda em diferentes economias, ajudando a compensar os efeitos adversos da elevada incerteza política e dos crescentes obstáculos comerciais.

A perspectiva de crescimento para o produto interno bruto mundial permanece constante, com previsão de moderação de 3,3% em 2024 para 3,2% em 2025 e 2,9% em 2026, seguida de uma leve recuperação para 3,1% em 2027.

O relatório também prevê que a inflação deve gradualmente se estabilizar nas principais economias até meados de 2027, acompanhada da redução progressiva das taxas de juros.

No entanto, a situação ainda é considerada delicada, especialmente devido às restrições em relação a insumos essenciais, que podem impactar significativamente as cadeias de suprimentos e a produção global.

Adicionalmente, a OCDE alerta sobre os riscos relacionados às avaliações elevadas de ativos, fundamentadas em expectativas otimistas sobre os lucros corporativos resultantes da adoção da IA, o que pode provocar correções bruscas nos preços. Além disso, vulnerabilidades fiscais podem aumentar os rendimentos dos títulos públicos de longo prazo, o que restrinja as condições financeiras e prejudique o crescimento econômico.