Mundo
ONU acusa Israel de apreender bens em Jerusalém
Philippe Lazzarini, diretor da agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA), denunciou que as autoridades israelenses confiscaram bens nas instalações da agência em Jerusalém Oriental na segunda-feira (8). Israel afirma que a ação visava cobrar impostos atrasados, mas a ONU é isenta desses tributos.
Segundo Lazzarini, policiais israelenses com apoio de funcionários municipais invadiram o complexo da UNRWA à força, retirando móveis, equipamentos e outros itens, substituindo a bandeira da ONU pela israelense.
O diretor foi declarado persona non grata por Israel, que proibiu a operação da agência no país no início do ano.
A polícia local declarou que a apreensão foi parte de um procedimento municipal para cobrar dívidas relacionadas ao imposto predial Arnona, mas Roland Friedrich, diretor da UNRWA para Cisjordânia e Jerusalém Oriental, contestou, afirmando que a ONU é isenta de impostos segundo o direito internacional e normas israelenses.
De acordo com a convenção de 1946, bens da ONU não podem ser tributados nos países anfitriões. A sede da UNRWA em Jerusalém Oriental está desocupada desde janeiro, quando a lei proibiu sua atividade após acusações israelenses de que a agência protege milícias do Hamas.
Lazzarini ressaltou que, apesar das medidas nacionais, o complexo mantém o status de instalação da ONU, imune a interferências.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou a ação não autorizada, afirmando que as instalações continuam sendo propriedade da ONU, invioláveis e imunes a interferência, e pediu que Israel restaure imediatamente essa inviolabilidade.


Você precisa estar logado para postar um comentário Login