Conecte Conosco

Mundo

Parceiros comerciais dos EUA buscam fechar acordos antes de anúncio de tarifas por Trump

Publicado

em

Os principais parceiros comerciais dos Estados Unidos se apressaram durante o fim de semana para fechar acordos comerciais ou solicitar mais prazo, enquanto o presidente Donald Trump declarou que informará cerca de doze países na segunda-feira sobre o novo nível de tarifas aplicadas às suas exportações para os EUA.

— Assinei algumas cartas que serão enviadas na segunda-feira – provavelmente doze — afirmou Trump a repórteres no fim de semana do feriado de 4 de julho, quando o país celebra o Dia da Independência, acrescentando que as cartas envolvem “valores monetários variados, diferentes níveis de tarifas e declarações ligeiramente distintas.”

Quando questionado sobre quais países seriam notificados, ele respondeu:

— Tenho que fazer o anúncio na segunda-feira.

As recentes declarações de Trump indicam que as negociações ainda estão em andamento e que os acordos seguem sendo difíceis de conquistar, faltando apenas três dias para o prazo final de 9 de julho divulgado pelo governo dos EUA.

Originalmente, as cartas deveriam ter sido enviadas em 4 de julho, com a imposição das tarifas marcada para 1º de agosto, conforme declarações anteriores do presidente. No entanto, autoridades americanas continuaram negociando ativamente durante o fim de semana do feriado, incluindo conversas com Japão, Coreia do Sul, União Europeia, Índia e Vietnã.

Uma das estratégias características de Trump nas negociações é lançar ameaças unilaterais quando as conversas atingem momentos críticos, por isso ainda não está claro se as cartas mencionadas são reais ou apenas uma tática para pressionar parceiros comerciais hesitantes a concederem vantagens de última hora.

Após o anúncio de um acordo com o Vietnã na semana passada, o Ministério das Relações Exteriores do país informou que os negociadores continuam coordenando com os americanos para finalizar os detalhes.

Por sua vez, esperava-se que um acordo provisório com a Índia fosse concluído, porém autoridades em Nova Délhi adotaram uma postura mais firme recentemente, ameaçando impor tarifas sobre alguns produtos dos EUA como retaliação às tarifas mais elevadas impostas por Washington sobre automóveis e seus componentes.

A Coreia do Sul, também preocupada com as tarifas sobre veículos, discutiu com autoridades americanas a possibilidade de estender o prazo como última tentativa de evitar aumentos tarifários.

Em meio a uma importante vitória legislativa recente e com o mercado de ações americano em patamares recordes, as novas barreiras comerciais propostas por Trump podem reacender preocupações dos investidores sobre uma rede complexa de tarifas alfandegárias que importadores americanos terão que pagar.

Até o momento, o governo de Trump anunciou acordos com o Reino Unido e o Vietnã, além de estabelecer tréguas com a China, na qual as duas maiores economias aliviaram tarifas retaliatórias e reduziram os controles sobre exportações.

A implementação inicial das tarifas recíprocas em 2 de abril gerou receios de uma recessão nos EUA e causou quedas nos mercados, levando à suspensão temporária de 90 dias dessas tarifas, fixadas em 10%, até 9 de julho, para mais de 50 países-alvo.

Além dos custos adicionais que as tarifas representam para as empresas americanas que compram produtos do exterior, os exportadores nacionais enfrentam a possibilidade de retaliação por parte de economias como a União Europeia.

Os Estados-membros da UE foram atualizados sobre o andamento das negociações na sexta-feira, após uma rodada de conversas em Washington na semana anterior, sendo informado que um acordo técnico preliminar estava próximo, segundo a Bloomberg News.

Paralelamente, o primeiro-ministro japonês Shigeru Ishiba declarou que o país está preparado para todos os cenários possíveis de tarifas. Em entrevista ao programa “Sunday News The Prime” da Fuji TV, ele afirmou que o Japão — grande produtor de automóveis que tenta evitar as tarifas de Trump — está pronto para “manter uma posição firme” e defender seus interesses, antecipando todas as possibilidades.

O governo do Camboja, em comunicado divulgado na sexta-feira, informou que alcançou um acordo-quadro com os EUA, que será divulgado em breve, com o compromisso de continuar a cooperação próxima. Com 49%, a tarifa recíproca ameaçada contra o Camboja estava entre as mais elevadas impostas por Trump. O país do Sudeste Asiático é um exportador importante de têxteis e calçados para os EUA.

Na semana passada, Trump afirmou que não considerava adiar o prazo estabelecido para esta semana. Quando questionado sobre uma possível extensão das negociações, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, explicou na quinta-feira que a decisão final caberá ao presidente.

— Faremos o que o presidente determinar, pois quem decidirá se as negociações estão sendo conduzidas com boa fé é ele — disse Bessent à CNBC, ao ser perguntado sobre a possibilidade de prorrogação do prazo.

Clique aqui para comentar

Você precisa estar logado para postar um comentário Login

Deixe um Comentário

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados