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Perseguição contra cristãos aumentou no Sul e Leste da Ásia

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Por outro lado, a perseguição diminuiu na Síria e no Iraque, países marcados por conflitos, segundo a organização católica Ajuda à Igreja que Sofre (AED)

Cristãos: extremismo muçulmano, nacionalismo agressivo e regimes autoritários são apontados como ameaças no Sul e no Leste da ´Ásia (Gali Tibbon/AFP/AFP)

A perseguição aos cristãos piorou no Sul e no Leste Asiático, mas “diminuiu consideravelmente” na Síria e no Iraque nos últimos dois anos, segundo a organização católica Ajuda à Igreja que Sofre (AED) em um relatório publicado nesta terça-feira.

Fundada em 1947 — no período soviético — a AED é uma fundação internacional de direito pontifício. Ela publica neste relatório, intitulado “Perseguidos e esquecidos”, o panorama dos cristãos oprimidos por sua fé, no período de junho de 2017 a junho de 2019, graças às informações de cristãos no local, bem como de jornalistas que trabalham para a AED.

É no Sul e no Leste Asiático “que a situação mais se deteriorou para os cristãos”, afirmou o diretor da AED, Benoît de Blanpré, durante uma coletiva de imprensa em Paris.

Segundo ele, “três tipos de ameaças” pesam sobre os cristãos nessas regiões: “extremismo muçulmano, nacionalismo agressivo e regimes autoritários”.

Blanpré citou o assassinato de 22 fiéis nas Filipinas em janeiro de 2019 ou o atentado, no domingo de Páscoa, em três igrejas e hotéis no Sri Lanka (mais de 300 mortos), ataques reivindicados por grupos afiliados à organização jihadista Estado Islâmico (EI).

Também denunciou o “ultranacionalismo hindu na Índia”, que provocou “mais de 1.000 ataques” contra cristãos em dois anos. O diretor também estimou que a Coreia do Norte é “o lugar mais perigoso do mundo para se viver uma vida cristã” e mencionou o caso de “100.000 cristãos birmaneses deslocados”.

Por outro lado, “a perseguição de cristãos nos principais países do Oriente Médio, como Síria e Iraque, diminuiu consideravelmente”, observa o relatório da AED, em particular por causa da “derrota militar do Estado Islâmico”.

“Sinais significativos de melhoria” também são observados no Egito.

No entanto, “a emigração contínua, crises de segurança, pobreza extrema e lenta recuperação fazem com que seja muito tarde para algumas comunidades cristãs no Oriente Médio se recuperarem”.

“Em algumas áreas (…) é provável que o desaparecimento do cristianismo se torne realidade”, acrescenta a AED.

No Iraque, os cristãos, que totalizavam 1,5 milhão antes de 2003, somam em 2019 “menos de 150.000”.

Atualmente, na Síria, são menos de 500.000, contra 1,5 milhão em 2011.

Finalmente, na África, “muitos países são atormentados pela violência terrorista alimentada por grupos jihadistas, banditismo e conflitos interétnicos”, de acordo com a AED que cita, entre outros, Burkina Faso, Níger, Nigéria e República Centro-Africana.

A AED, que também analisa a cada dois anos a situação de todos os grupos religiosos de 196 países, observou no final de 2018 que a liberdade religiosa estava ameaçada em um país a cada cinco no mundo.

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