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PGR denuncia seis réus do núcleo 2 por tentativa de golpe
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitou a condenação de seis acusados pertencentes ao núcleo 2 da tentativa de golpe de Estado, grupo que a Procuradoria-Geral da República identifica como responsável por coordenar e executar ações para tentar manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder após as eleições de 2022.
Esse grupo é composto por Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), general da reserva Mario Fernandes e ex-assessor presidencial Filipe Martins, além de outras três pessoas.
Durante a sustentação oral em nome da acusação, Gonet qualificou as ações do grupo como “graves” e afirmou que as tentativas dessas pessoas tinham como objetivo provocar o caos social.
— As alegações finais detalharam exaustivamente os inúmeros alertas recebidos pelos acusados sobre os perigos das mobilizações planejadas para o auto alijamento, evidenciando que deveriam ter agido para impedir os atos violentos presenciados. Em vez disso, escolheram permitir a escalada do caos social na tentativa desesperada de favorecer a intervenção militar desejada pela organização militar — afirmou Gonet.
De acordo com Gonet, os réus processados foram responsáveis por gerir as principais ações da organização criminosa.
— Os acusados nesta ação penal gerenciaram as principais iniciativas da organização criminosa, utilizando suas posições profissionais de destaque e conhecimentos estratégicos — disse ele.
Na denúncia apresentada em fevereiro, o procurador-geral caracterizou o núcleo 2 como formado por indivíduos com funções profissionais relevantes que coordenaram as ações planejadas pela organização.
A PGR destaca que Silvinei Vasques e os ex-diretores do Ministério da Justiça Marília Alencar e Fernando Oliveira supervisionaram o uso das forças policiais para apoiar a permanência ilegítima de Jair Messias Bolsonaro no poder.
Segundo a PGR, a PRF bloqueou estradas no segundo turno das eleições de 2022 para dificultar o acesso dos eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva às urnas.
Essa ação teria sido ordenada pelo então ministro da Justiça, Anderson Torres, que integra o núcleo principal e foi preso após condenação. Alencar e Oliveira trabalharam com Torres no Ministério da Justiça e na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, onde também estariam envolvidos em falhas de segurança durante os atos golpistas de 8 de janeiro.
Silvinei nega que os bloqueios tenham sido direcionados aos apoiadores de Lula e afirma que não houve impacto nas votações. Marília Alencar e Fernando Oliveira também rejeitam qualquer conduta direcionada ou omissa.
Além disso, a PGR afirma que general da reserva Mario Fernandes e ex-assessor presidencial Marcelo Câmara coordenaram ações para monitorar e neutralizar autoridades públicas.
Com Fernandes foi encontrado o documento chamado Punhal Verde e Amarelo, que contém um plano de assassinato contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Já Câmara manteve conversas com o tenente-coronel Mauro Cid sobre a localização de Moraes.
Os advogados de Fernandes reconhecem a existência do documento, mas alegam que ele não foi repassado a ninguém. A defesa de Câmara argumenta que as informações mencionadas foram obtidas por fontes públicas.


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