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PMs presos e afastados por execução de jovem em Piracicaba

Dois policiais militares foram detidos temporariamente e quatro afastados enquanto são investigados por participação na abordagem que terminou com a morte de Gabriel Junior Oliveira Alves da Silva, de 22 anos, atingido por um disparo na cabeça em Piracicaba, interior de São Paulo, na noite de 1º de abril. A ação foi conduzida pelo Ministério Público de São Paulo e pela Corregedoria Geral da Polícia Militar do Estado na manhã da última terça-feira (24/6).
Os policiais Júnior César Rodrigues e Leonardo Machado Prudêncio, envolvidos diretamente na abordagem, foram afastados das atividades operacionais desde 3 de abril. Além das detenções, seis mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Eles são alvos de investigações por homicídio e coação no curso do processo.
Relembrando o caso
Gabriel Junior Oliveira Alves da Silva faleceu após ser baleado na cabeça por um policial durante uma abordagem em Piracicaba. De acordo com o boletim de ocorrência, o disparo aconteceu quando o jovem tentou proteger sua esposa, Rebeca Mirian Alves Braga, que também reagiu contra os policiais. Vídeos feitos por pessoas presentes mostram quando Rebeca, grávida, é puxada por um policial. Em outro vídeo, é possível ouvir o tiro que tirou a vida de Gabriel. Moradores gritaram, alarmados, “Matou o menino”.
Gabriel foi levado pelo Samu ao Hospital dos Fornecedores de Cana, onde foi declarado morto.
Detalhes da ocorrência
Os policiais militares Júnior César Rodrigues e Leonardo Machado Prudêncio estavam em patrulhamento quando perceberam Gabriel carregando um objeto suspeito. O jovem resistiu à abordagem e sua esposa também resistiu. No momento em que um policial foi apoiar o outro que estava com Rebeca, Gabriel pegou uma pedra e se aproximou dos agentes.
O policial Júnior César ordenou que ele largasse a pedra, mas, ao se aproximar, efetuou o disparo letal. As armas dos policiais foram apreendidas e o caso agora é investigado por um inquérito policial militar (IPM). A Secretaria de Segurança Pública informou que a discussão do caso também ocorre na 3ª Delegacia de Homicídios do Deic, do Deinter 9. A Polícia Militar ressaltou que não admite condutas irregulares e que os responsáveis, caso comprovados desvios, serão devidamente punidos.
Retorno da PM ao local
Pouco depois do ocorrido, agentes da PM retornaram ao local em duas ocasiões. Na noite do dia 3 de abril, viaturas circularam enquanto moradores realizavam uma manifestação na Rua Cosmorama. No dia seguinte, as placas fixadas nas residências pedindo justiça foram retiradas pelos policiais.
Rebeca Mirian Alves Braga acredita que essas ações têm a intenção de intimidar a comunidade para silenciá-la, sentimento compartilhado por vizinhos. Segundo ela, os policiais frequentemente ficam parados, armados e sem falar nada.
A SSP, por sua vez, esclareceu que o policiamento na área foi reforçado para garantir a segurança e a ordem pública.
Abordagem de advogado
Gustavo Pires, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP em Piracicaba, relatou ter sofrido uma abordagem policial rigorosa ao retornar ao local em que Gabriel foi morto, no dia 10 de abril. Em vídeo publicado no Instagram, ele falou que estava recolhendo depoimentos quando notou a presença de viaturas na região. Ao tentar deixar o local, foi parado por policiais que exigiram que entregasse o celular, atitude recusada por ele, sido revistado e teve seu veículo inspecionado. Um policial armado aproximou-se de forma ameaçadora, situação que Gustavo interpretou como uma tentativa de intimidação. Com o início de filmagens por populares, a abordagem mudou.
A Secretaria de Segurança Pública assegurou que a Polícia Militar não tolera excessos ou condutas inadequadas, garantindo rigor na apuração e punição desses casos.

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