Conecte Conosco

Notícias Recentes

Policiais presos criam organização parecida com o PCC na prisão

Publicado

em

A chegada de dez policiais civis à penitenciária da instituição, suspeitos de crimes ligados à organização criminosa, alterou profundamente o comportamento dos detentos no Presídio da Polícia Civil, localizado na zona norte de São Paulo. Esses agentes foram presos por diferentes investigações entre setembro do ano passado e fevereiro deste ano.

A Corregedoria da Polícia Civil comparou o comportamento ilícito dos policiais detidos ao modus operandi do Primeiro Comando da Capital (PCC), que continuam coordenando atividades criminosas do lado de fora mesmo estando presos.

Documento oficial do órgão revela que os presos formam grupos organizados, chamados de “células criminosas” dentro da prisão. Segundo o relatório, “do ponto de vista criminológico, o comportamento desses policiais na prisão é semelhante ao dos membros do PCC, utilizando recursos tecnológicos para comunicação com o mundo externo, assim como ocorre no sistema prisional brasileiro”.

Durante as buscas, foram encontrados celulares, dinheiro, drogas e anabolizantes nas celas desses policiais.

Desordem e tensão na prisão

O documento aponta que a entrada desses dez policiais, divididos em três grupos distintos, gerou uma “cisão clara e desordem” na rotina e nos protocolos carcerários da unidade.

Antes da chegada deles, a população carcerária mantinha uma convivência pacífica e a administração do presídio não registrava ocorrências significativas. No entanto, após a detenção dos policiais, foram apreendidos 30 celulares, mais de R$ 32 mil, facas, computadores, além de drogas e bebidas alcoólicas.

Influência criminosa dentro da prisão

A Corregedoria ressaltou que esses grupos controlam recursos financeiros do crime e criaram “tentáculos” que atuam de dentro para fora da prisão. Considerando a vulnerabilidade da segurança da unidade, existe o receio de uma fuga próxima, seja por resgate ou escavação de túnel.

Formação das células

O primeiro grupo é liderado pelos policiais civis Valmir Pinheiro, apelidado de Bolsonaro, e Valdenir Paulo de Almeida, conhecido como Xixo. Ambos foram presos em setembro e são acusados de receber propina para encobrir investigações sobre tráfico de drogas em favor do PCC. Eles respondem por crimes como corrupção, tráfico e lavagem de dinheiro.

O segundo grupo inclui o delegado Fábio Baena Martin, o investigador chefe Eduardo Lopes Monteiro, e os investigadores Rogério de Almeida Felício (Rogerinho), Marcelo Marques de Souza (Bombom) e Marcelo Roberto Ruggieri (Xará). Eles estão sob investigação por organização criminosa, corrupção e ocultação de capitais, com penas que podem chegar a 30 anos de prisão.

Operações e financiamentos ilegais

Outro policial civil preso, Cyllas Salerno Elia Júnior, fundador e CEO da fintech 2GO Bank, foi detido após operações contra crimes financeiros relacionados a movimentações milionárias do PCC. Ele já havia sido preso anteriormente e estava afastado das funções.

Venda de drogas desviadas

O terceiro grupo é liderado pelo investigador chefe do 77º Distrito Policial, Cléber Rodrigues Gimenez, que coordenava uma rede de vendas de drogas desviadas da Polícia Civil. Entre seus associados está o investigador Thiago Gonçalves de Oliveira, também detido no presídio.

Até o momento, as defesas dos acusados não se manifestaram. A Corregedoria segue investigando a situação.

Clique aqui para comentar

Você precisa estar logado para postar um comentário Login

Deixe um Comentário

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados