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Presidente argentino bloqueia fundo para ajudar cidade após enchentes

O presidente argentino, Javier Milei, vetou uma lei que criaria um fundo emergencial para ajudar e reconstruir a cidade de Bahía Blanca, gravemente atingida por enchentes que ocorreram em março e resultaram em 18 mortes e perdas significativas.
O decreto, divulgado nesta terça-feira (24) no Diário Oficial, impede a lei de junho que designava Bahía Blanca e regiões próximas como área de desastre, além de estabelecer um fundo de 200 bilhões de pesos argentinos (aproximadamente 934 milhões de reais).
Para derrubar esse veto, o Congresso precisa de uma maioria qualificada.
O governo rejeitou a proposta alegando que a lei não indicava a origem dos recursos para cobrir os custos, o que contraria uma das principais diretrizes do governo ultraliberal de Milei: a manutenção do equilíbrio fiscal.
Além disso, o Executivo declarou que já foram concedidas ajudas a cerca de 32 mil pessoas desabrigadas por meio de um pagamento único, equivalente a cerca de 2.500 dólares (13.733 reais).
O porta-voz presidencial, Manuel Adorni, informou no X que a iniciativa legislativa duplicaria a assistência já fornecida, razão pela qual o presidente vetou a medida.
A lei vetada previa subsídios, empréstimos facilitados, prazos para pagamento de dívidas, além de isenção de impostos e taxas para os afetados.
As enchentes foram causadas por chuvas intensas que, em apenas oito horas, ultrapassaram o volume médio anual em Bahía Blanca, uma cidade de 350 mil habitantes localizada a 600 km ao sul de Buenos Aires.
As águas causaram transbordamento de rios, destruição de pontes, danificação de casas e hospitais, e deslocaram mil pessoas, além de provocar 18 vítimas fatais, incluindo duas meninas cujos corpos foram encontrados semanas depois, gerando comoção nacional.
Os prejuízos foram estimados pelo governo local em cerca de 400 milhões de dólares (aproximadamente 2,1 bilhões de reais).
O governo federal decretou três dias de luto nacional e mobilizou o Exército para ações de socorro.
Milei visitou a região cinco dias após o desastre, recebendo críticas pela demora.
Partidos da oposição qualificaram a decisão presidencial como insensível e desumana.

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