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Putin espera enviados de Trump para discutir conflito na Ucrânia
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, recebe o representante americano, Steve Witkoff, e o genro de Donald Trump, Jared Kushner, no Kremlin nesta terça-feira (2) para tratar do encerramento da guerra na Ucrânia.
Na segunda-feira, os Estados Unidos expressaram grande otimismo sobre as chances de alcançar um acordo que ponha fim a quase quatro anos de conflito entre Rússia e Ucrânia.
A equipe do presidente norte-americano tem se empenhado intensamente para que este conflito termine, conforme declarou a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt.
O encontro em Moscou foi marcado para começar após as cinco da tarde local, às 14h00 GMT (11h00 em Brasília), informou o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.
Por outro lado, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, busca o apoio de seus parceiros europeus, que receiam que a proposta de Trump, elaborada sem o envolvimento de Kiev ou da Europa, pareça uma mera lista de desejos de Moscou.
Após receber respaldo firme do presidente francês, Emmanuel Macron, em Paris, Zelensky chegou à Irlanda na noite de segunda-feira, onde o primeiro-ministro Micheal Martin reiterou seu apoio sólido, conforme mensagem publicada no X.
Politicamente fragilizado por um escândalo de corrupção envolvendo seu governo, Zelensky está sob crescente pressão de Washington para encontrar uma solução para o conflito.
Temas principais
Há dez dias, os Estados Unidos apresentaram um plano de 28 pontos, desenvolvido sem consultar os aliados europeus de Kiev, que foi posteriormente ajustado após discussões com europeus e ucranianos em Genebra. Desde então, as negociações diplomáticas têm se intensificado visando concluir o acordo.
O negociador ucraniano Rustem Umerov reuniu-se no domingo na Flórida com Witkoff e, apesar de avanços significativos, alguns pontos ainda necessitam de ajustes, segundo declarou Umerov na segunda-feira.
Ambos mantiveram contato na segunda-feira com Zelensky e Macron, conforme informado pela presidência francesa.
Zelensky declarou em Paris que aguarda uma conversa com o presidente dos EUA sobre os temas complexos em debate.
Os países europeus confiam que a administração Trump, frequentemente acusada de ser indulgente com Putin, não comprometerá a Ucrânia.
Recentemente divulgada pela Bloomberg, uma conversa telefônica mostra Steve Witkoff aconselhando um assessor de Putin sobre como o líder russo deveria dialogar com o presidente americano sobre o conflito ucraniano.
Pressões e avanços
As forças russas registraram em novembro seu maior avanço no fronte ucraniano em um ano, segundo análise da AFP baseada em dados do Instituto Americano para o Estudo da Guerra (ISW).
Em apenas um mês, a Rússia conquistou 701 km² de território ucraniano, o segundo maior avanço desde novembro de 2024 (725 km²), excluindo os primeiros meses da guerra em 2022.
Na segunda-feira, Moscou reivindicou a captura da cidade de Pokrovsk (a leste), um ponto logístico fundamental para Kiev, assim como de Vovchansk (no nordeste). Contudo, a Ucrânia informou que os combates em Pokrovsk continuam.
Em novembro, a Rússia intensificou seus ataques noturnos com mísseis e drones, totalizando 5.660 lançamentos de longo alcance, aumento de 2% em relação ao mês anterior.
No âmbito interno, o presidente ucraniano foi fragilizado por um amplo escândalo de corrupção, que levou à renúncia de seu chefe de gabinete, Andrii Yermak, na sexta-feira.
A semana próxima será decisiva para a Ucrânia, pontuou a chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, que manifestou preocupação com a possibilidade de toda a pressão recair sobre o lado mais vulnerável, já que a rendição ucraniana seria a solução mais fácil para acabar com o conflito.


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