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Rodoeste retira placa de garagem em parque do DF após denúncia

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Dias após uma reportagem revelar que a empresa Rodoeste Transporte e Turismo teria utilizado documentos falsos para justificar a ocupação irregular de uma área pública em Ceilândia, a companhia removeu a placa que a identificava no Parque Pequizeiro, situado no Sol Nascente. Este local é utilizado pela empresa como garagem para sua frota de ônibus.

Segundo a investigação, os donos da Rodoeste — que são alvo de investigações pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) devido a supostas irregularidades em contratos públicos — costumavam apresentar um documento alegadamente emitido pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF (Codhab) para respaldar o uso do terreno. No entanto, a Codhab emitiu um comunicado negando a validade dessa autorização, afirmando que o terreno não é de sua propriedade e que qualquer documento concedendo permissão para ocupação é falso, recomendando denúncia à Polícia Civil.

Moradores locais relataram que, depois da divulgação da matéria, a empresa retirou a placa, e veículos começaram a retirar objetos do local. Em uma visita recente ao endereço, foi constatado que, apesar da placa estar ausente, ônibus ainda acessam a área, que é usada como garagem, mesmo avançando sobre uma Área de Preservação Permanente (APP).

De acordo com os registros públicos, os sócios da Rodoeste são os empresários Pedro Henrique Veiga de Oliveira e Ana Rosa de Oliveira. Pedro Henrique é filho de Ronaldo de Oliveira, empresário que foi condenado por envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro. Ana Rosa é mãe de Ronaldo.

A despeito do uso de documento falso e da negativa da Codhab, a Rodoeste ocupava o terreno desde janeiro de 2024. Após oito meses, a Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap) suspendeu a concessão para a empresa e estabeleceu um prazo de 90 dias para desocupação, permitindo a concessão de outra área disponível mediante pagamento. Contudo, seis meses após o prazo, a empresa ainda permanece no local.

Após a repercussão, a Terracap notificou o DF Legal para a desobstrução do terreno, destacando o prazo já vencido para defesa da empresa e a necessidade de ações para desocupar a área pública.

O espaço, cercado por muros de concreto e latão, que antigamente era usado por moradores para lazer, conta com câmeras de segurança para monitorar quem se aproxima. Um morador, que preferiu não se identificar, afirmou que a empresa invadiu a área destinada a esportes e lazer desde meados de 2024 e que denúncias ao Ministério Público não tiveram resultado até o momento. Ele reivindica que o governo local tome providências para liberar o parque para a comunidade.

A Terracap declarou que está rescindindo unilateralmente o contrato de permissão de uso com a Rodoeste por descumprimento das condições e que já notificou a empresa, aguardando a saída voluntária. A administração local informa que tomou todas as medidas cabíveis quando exigidas e que o processo está com os órgãos competentes para os trâmites legais.

Tanto a Codhab quanto a Rodoeste foram contatadas para comentar o caso, mas não retornaram os questionamentos feitos pela reportagem.

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