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Sociedade civil define prioridades em encontro no Rio

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Instituições da sociedade civil dos países membros do Conselho Popular do Brics se reúnem nesta sexta-feira (4) e sábado (5), no Rio de Janeiro. O conselho foi criado na reunião do grupo de nações no ano passado, em Kazan, Rússia, e realiza sua primeira reunião oficial agora.

Na abertura, no Teatro Carlos Gomes, centro do Rio, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, destacou a importância do Brics em promover interação não só entre governos, mas também entre os povos desses países.

Segundo o ministro, “O Brics pode ser uma das maiores inovações recentes da geopolítica, pois coloca as prioridades do Sul Global e das populações desses países no debate internacional. São as pessoas que conhecem suas necessidades, desejos e dificuldades, e isso deve ser refletido em políticas públicas”.

O Conselho Popular é uma plataforma que visa fortalecer a participação dos movimentos populares e da sociedade civil, fomentando diálogo e cooperação com governos. O objetivo é propor soluções conjuntas para desafios globais e regionais, além de auxiliar na formulação de políticas e promover o desenvolvimento sustentável entre os países do Brics.

Esta reunião antecede o encontro dos chefes de governo do bloco, que reúne 11 países e funciona como fórum político-diplomático e de cooperação do Sul Global, marcado para domingo (6) e segunda-feira (7).

Histórico do Brics

O Brics teve sua primeira reunião ministerial em 2006, inicialmente incluindo Brasil, Rússia, Índia e China, com base em um conceito do economista do banco Goldman Sachs para destacar o crescimento econômico desses países (inicialmente BRIC).

Em 2011, a África do Sul aderiu ao grupo, formando os Brics. Em 2023, seis novas nações se tornaram membros efetivos: Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes, Indonésia, Egito e Etiópia. Além disso, dez países são membros parceiros, incluindo Bielorrússia, Bolívia, Cazaquistão, Tailândia, Cuba, Uganda, Malásia, Nigéria, Vietnã e Uzbequistão.

Discussões do Conselho Popular

Na sua primeira sessão oficial, o Conselho Popular discutirá recomendações elaboradas em encontros prévios de sete grupos de trabalho nas áreas de saúde, educação, ecologia, cultura, finanças, segurança cibernética (incluindo inteligência artificial) e respeito à soberania para a paz mundial.

Rita Coitinho, integrante do Conselho Popular, explicou que o encontro no Rio marca o fim de um processo iniciado em março de 2024, que reuniu mais de 120 participantes de 120 organizações dos países do Brics. Os grupos de trabalho produziram recomendações aos governos dos países envolvidos.

Ela destacou que as recomendações abordam temas como cooperação Sul-Sul, construção de conexões entre países em áreas como educação, cultura, esportes e saúde, essenciais para o desenvolvimento do Sul Global, especialmente na luta contra doenças socioeconômicas que afetam países em desenvolvimento e pobres, muitas vezes negligenciados pelas grandes farmacêuticas.

Após a sessão, um documento será finalizado para ser entregue aos líderes do Brics na cúpula deste domingo. Uma versão preliminar dessas recomendações já foi entregue aos diplomatas no fim de junho.

Rita afirma ter boas expectativas sobre a acolhida das recomendações em áreas como esportes, cultura e saúde, lembrando que, embora o documento seja extenso, o espírito das propostas está alinhado com o encontro do Brics.

Entre os participantes dos debates está o Movimento Nacional de População em Situação de Rua. Seu secretário executivo, Flávio Lino, destaca que existem mais de 6 milhões de pessoas em situação de rua nos países do Brics.

Ele enfatiza que “o grupo não pode focar apenas na economia, é necessário falar também de desenvolvimento humano, porque não adianta buscar reformas na governança global sem incluir a população vulnerável nesse processo”.

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