Há vida nas luas de Saturno?
Os cientistas detectaram a acrilonitrila por meio de dados colhidos pelo telescópio Atacama Large Milimeter Array (Alma, na sigla em inglês), no Chile. O composto foi encontrado em abundância na atmosfera do satélite e, de acordo com os cientistas, possivelmente ele se precipita sobre a superfície. Pesquisas anteriores já haviam sugerido a possibilidade de que a substância estivesse presente na atmosfera de Titã, mas essa foi a primeira pesquisa a verificar os “vestígios químicos” da acrilonitrila. Segundo os cientistas, o composto, presente nas “chuvas”, estaria a uma concentração tal que permitiria a produção de 10 milhões de membranas celulares em cada mililitro dos lagos de metano e etano de Titã – é bastante.
A existência doa molécula é importante porque, em 2015, cientistas da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, haviam se perguntado se os hidrocarbonetos metano e etano poderiam formar estruturas semelhantes a membranas celulares de lipídios (essas membranas são essenciais às células, pois separam o material orgânico do exterior), mesmo no ambiente gelado da lua de Saturno, com temperaturas que chegam aos 180°C negativos. Os pesquisadores identificaram que o melhor candidato para produzir esse composto seria a acrilonitrila.
“A habilidade de formar uma membrana estável para separar o ambiente interno do externo é importante porque ela mantém os químicos no interior tempo suficiente para que interajam entre si”, afirmou o cientista Michael Mumma, também autor do estudo, em comunicado. “Se estruturas semelhantes a membranas puderem ser formadas por acrilonitrila, seria um passo importante no caminho para a vida na lua de Saturno.”
Confira o vídeo (em inglês) feito pela Nasa para divulgar a descoberta:
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