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Trecho da hidrovia Tietê-Paraná na região noroeste paulista é liberado
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Parte aberta ao tráfego fica entre as cidades de Andradina e Buritama (SP). ‘Vamos recuperar transporte de milhões de toneladas de cargas’, diz gestor.
O trecho da hidrovia tietê-paraná na região noroeste paulista foi liberado na manhã desta quarta-feira (27) para que as barcaças possam retomar a navegação, que estava interditada por causa da seca desde maio de 2014. A existência de rochas no leito do rio e o baixo nível do reservatório determinaram a interdição do trecho à navegação há quase dois anos.
Apesar da liberação, o diretor técnico do Departamento Hidroviário de São Paulo Pedro Victoria afirma que os comboios ainda podem demorar alguns dias para voltar a trafegar. “A maioria dos comboios está no porto de São Simão e agora vão iniciar os carregamentos de carga para que eles voltem a navegar. A expectativa é que até a primeira quinzena de fevereiro o tráfego pela hidrovia fique normalizado”, afirma.
Entre os principais produtos que são transportados pela hidrovia estão soja, celulose e madeira. Este trecho do rio chegou a subir mais de cinco metros com a chuva deste começo do ano e isso possibilitou a volta da navegação, segundo a Marinha.
O presidente do Sindasp, Sindicato dos Armadores de Navegação Fluvial de São Paulo, afirma que durante a seca mais de mil demissões foram registradas nas empresas envolvidas no processo. “O prejuízo direto e indireto chegou a R$ 1 bilhão, com estaleiros parados, demissões e troca no modal de transporte”, diz o presidente.
Mas agora, com a navegação liberada, a tendência segundo o presidente é que as contratações voltem a ser feitas. “Só em contratação de tripulação devemos ter 350 novas contratações. O problema que estamos enfrentando é que muita mão de obra foi para outras regiões do país e agora estamos enfrentando problema para as contratações”, afirma.
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Passeio em barco turístico com autoridades (Foto: Marcos Lavezo/G1)
A abertura da hidrovia Tietê-Paraná teve como solenidade um passeio em um barco turístico com o governador Geraldo Alckmin e outros governadores, políticos e representantes do Departamento Hidroviário.
Durante o evento, Alckmin anunciou obras para a hidrovia como ampliação do canal de Nova Avanhandava e dragagem do canal de Anhembi. “Com a volta da hidrovia vamos reduzir 100 mil viagens de caminhões neste ano o que gera economia grande no transporte de carga”, disse.
Turismo
Na região de Buritama a seca também afetou o turismo no local. Além de as prainhas perderem o movimento, os barcos de turismo que passeiam pelo rio Tietê sofreram queda no movimento. “Tivemos uma queda no movimento de 60%. O nosso barco não ficou parado, pudemos trafegar por alguns trechos do rio, mas mesmo assim o movimento caiu. Fazemos passeios todos os domingos e durante a seca em muitos domingos não tivemos passeios”, afirma Jussimara Dias, responsável pelas vendas de pacotes para o barco, que tem capacidade para 500 pessoas.
Mas com a cheia do rio, o turismo agora tende a voltar para a região e com isso movimentar a economia. Tanto é que o chefe de máquinas Sandro Araújo conseguiu um emprego no barco há três meses. “Agora, com a volta do rio cheio a tendência é o movimento aumentar e, com isso, surgem novas oportunidades e mais eventos. A expectativa é a volta dos turistas”, diz.
No ano passado, o cenário era bem diferente. Por causa da seca, era possível caminhar onde antes era o meio do rio em vários trechos. A quantidade de chuva recuperou o nível do rio, que subiu nos últimos dias, cinco metros. Na região de Buritama (SP), a água tinha baixado tanto que era possível caminhar sobre as pedras.
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Abertura da hidrovia teve como solenidade passeio em barco turístico (Foto: Marcos Lavezo/G1)
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