Trump defende realização de eleições na Ucrânia

A Ucrânia precisa realizar eleições, afirmou Donald Trump em uma entrevista divulgada nesta terça-feira (9). Durante a conversa, ele levantou dúvidas sobre a verdadeira democracia no país e reforçou suas críticas ao presidente Volodimir Zelensky.

Em entrevista ao Politico, o ex-presidente dos EUA acusou Kiev de usar o conflito para adiar as eleições, suspensas desde a invasão russa do território ucraniano em fevereiro de 2022 devido à lei marcial.

“Creio que este é um momento crucial para realizar eleições. Eles estão aproveitando a guerra para postergar o pleito, mas o povo ucraniano deveria ter essa escolha”, declarou Trump.

“Falam sobre democracia, mas chega uma hora em que ela deixa de existir”, complementou.

As eleições presidenciais na Ucrânia deveriam ter ocorrido em março de 2024 se não fosse a vigência da lei marcial. Trump voltou a criticar Zelensky, lembrando que o presidente ucraniano não teria analisado o plano americano para o fim do conflito, como havia comentado no domingo.

Apesar da rodada de negociações entre autoridades americanas e ucranianas ter terminado no sábado sem avanços visíveis, Zelensky garantiu a continuidade do diálogo em busca de uma paz duradoura.

“Talvez ele tenha avaliado o documento durante a noite. Seria importante que ele lesse, pois muitas vidas estão em risco”, frisou Trump.

O ex-presidente dos EUA também ressaltou que Moscou tem vantagem na guerra por ser muito maior e, quando questionado sobre a possibilidade de a Ucrânia ter perdido o conflito, respondeu: “Eles já haviam perdido territórios antes da minha chegada, e essas perdas continuaram nos últimos meses, mesmo durante meu segundo mandato.”

Segundo Trump, um dos maiores obstáculos para um acordo é a animosidade profunda entre Zelensky e seu homólogo russo, Vladimir Putin, que dificulta o entendimento entre eles.

Além disso, criticou a atuação da Europa no processo de tentativa de resolução da guerra: “Eles fazem muitas declarações, mas na prática não tomam ações concretas, e o conflito segue em andamento.”