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Zelensky vai enviar plano revisado para os EUA encerrar guerra

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O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, afirmou nesta terça-feira (9) que pretende encaminhar aos Estados Unidos, “em breve”, as propostas atualizadas de seu plano para pôr fim ao conflito iniciado pela invasão russa da Ucrânia em 2022.

O ex-presidente americano, Donald Trump, tem pressionado Kiev para aceitar uma proposta de acordo feita por Washington. O plano inicial foi criticado pelos aliados da Ucrânia por favorecer demais a Rússia e, desde então, passou por modificações.

Após reuniões recentes com líderes europeus, Zelensky publicou no X que as partes ucraniana e europeia do plano estão agora mais bem desenvolvidas e que estão prontos para apresentá-las aos parceiros norte-americanos.

“Em breve, estaremos preparados para enviar os documentos aprimorados aos Estados Unidos”, declarou. Na segunda-feira, ele mencionou que as propostas poderiam ser enviadas já nesta terça.

Donald Trump acusou Zelensky no domingo de não ter lido as propostas de seu governo e afirmou que Kiev está “utilizando a guerra” para evitar a convocação de eleições, em entrevista ao Politico publicada nesta terça-feira.

“Falam em democracia, mas chega um ponto em que não é mais democracia”, declarou o líder americano. A convocação das eleições foi adiada devido à lei marcial decorrente da invasão russa iniciada em fevereiro de 2022.

Zelensky se encontrou com autoridades europeias em Londres e Bruxelas na segunda-feira e, no dia seguinte, teve reuniões com o papa Leão XIV e a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni.

A audiência entre Zelensky e o pontífice ocorreu na residência papal de Castel Gandolfo, próxima a Roma, onde Leão XIV reforçou a importância do diálogo e expressou o desejo urgente de que as negociações diplomáticas atuais conduzam a uma paz justa e duradoura, segundo comunicado do Vaticano.

O plano americano propunha que a Ucrânia cedesse territórios não ocupados pelos russos em troca de garantias de segurança, mas não contemplava a adesão de Kiev à Otan.

Os ucranianos e seus aliados julgaram que a primeira versão do plano beneficiava demasiadamente a Rússia. Inicialmente, o documento tinha 28 pontos, mas foi reduzido para 20 após reuniões entre representantes da Ucrânia e dos Estados Unidos no último fim de semana, conforme informou Zelensky.

O presidente ucraniano destacou que as negociações têm dificuldades especialmente nas questões territoriais e de garantias de segurança.

“Estamos dispostos a ceder territórios? Não temos base legal para isso, conforme a legislação ucraniana, a Constituição e o direito internacional. Também não temos base moral”, afirmou.

“O ponto central é entender o que nossos parceiros estão dispostos a fazer caso ocorra uma nova agressão da Rússia. Até agora, não recebemos nenhuma resposta sobre isso”, acrescentou.

Desde sua volta ao poder em janeiro, Donald Trump, que prometeu terminar o conflito em 24 horas, tem adotado uma postura inconsistente em relação a Kiev, criticando Zelensky por falta de agradecimento aos Estados Unidos.

No entanto, também expressou descontentamento com o presidente russo, Vladimir Putin, e aplicou sanções às empresas petrolíferas russas.

Mesmo assim, o republicano considera que Moscou tem vantagem no conflito por seu tamanho, segundo declarou ao Politico.

De acordo com Trump, “parte do problema” é que Zelensky e Putin “se detestam”, o que torna difícil um acordo.

Na entrevista, o presidente norte-americano ainda criticou o papel da Europa. “Eles falam muito, mas pouco fazem”, afirmou.

Giorgia Meloni apoia Kiev desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022, apesar das reservas do parceiro de coalizão, Matteo Salvini, líder do partido nacionalista Liga.

A Itália forneceu armamentos à Ucrânia, mas descartou o envio de tropas, proposta feita pelo Reino Unido e França.

A autorização para o suporte militar italiano a Kiev vence em 31 de dezembro, e a decisão sobre eventual prorrogação foi adiada recentemente. Fontes indicam que Salvini questiona a necessidade da extensão, levando em conta as negociações de paz em andamento.

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