Economia
1% mais rico do mundo gera mais de 40% das emissões que afetam o clima
A crise climática é um problema que afeta todos, porém seus impactos são desiguais em diferentes grupos da população mundial. Segundo um estudo recente, o 1% mais abastado do planeta é responsável por 41% das emissões de carbono relacionadas à posse de capital privado.
Em contrapartida, os 50% da população mais vulnerável, que sofrem mais com eventos climáticos severos, são responsáveis por apenas 3% dessas emissões.
Os 10% mais ricos concentram 77% das emissões deste tipo. Esses dados fazem parte da terceira edição do Relatório Mundial sobre a Desigualdade 2026, desenvolvido por pesquisadores da rede World Inequality Lab, sob a coordenação do economista francês Thomas Piketty.
De acordo com os autores, essa disparidade não se restringe à responsabilidade ambiental, mas também define quem está mais propenso a sofrer com as consequências.
Ricardo Goméz Carrera, coordenador do relatório, comenta: “Aqueles que mais contribuem para as mudanças climáticas são também os que dispõem de maior facilidade para se adaptar”.
Por exemplo, os que emitem mais carbono utilizando jatinhos particulares têm mais recursos para se protegerem ou evitarem os efeitos climáticos, enquanto os mais pobres, especialmente em países com menor renda, enfrentam maiores riscos.
Esse cenário de desigualdade climática representa uma crise ambiental e social ao mesmo tempo.
O estudo também indica que a concentração de riqueza no mundo está aumentando. Menos de 60 mil pessoas — um seleto grupo representando 0,001% dos mais ricos, cuja população caberia dentro de um estádio — possuem uma riqueza três vezes superior à soma dos bens de 2,8 bilhões de pessoas, conforme o relatório.


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