Mais de 12.000 pessoas morreram de coronavírus em dois meses, em lares na Inglaterra e no País de Gales – apontam estatísticas divulgadas nesta sexta-feira (15).
Estes números mostram a extensão da pandemia nessas instituições e reforçam as acusações de negligência contra o governo de Boris Johnson.
Um total de 12.526 pessoas que vivem em lares para idosos morreu de covid-19 entre 2 de março e 1º de maio, informou o Escritório de Estatísticas Nacionais (ONS).
Destas, 9.039 morreram nesses centros (72,2%), e 3.444, em um hospital (27,5%). Segundo o ONS, mais de 25% das mortes de residentes registrados em asilos durante esse período estavam relacionadas com a pandemia.O primeiro-ministro Boris Johnson reconheceu, em pronunciamento no Parlamento na quarta-feira, que o número de mortos nessas instituições é “muito alto”.
O líder conservador admitiu ter sido “muito lento” na resposta à proteção de funcionários e de residentes de casas de repouso e anunciou um financiamento adicional de £ 600 milhões (US$ 730 milhões).
Desde o início da pandemia, várias associações representativas do setor denunciaram a falta de material de proteção e de detecção e o retorno às vezes prematuro aos estabelecimentos de pacientes que saem do hospital.
O governo também foi criticado por ter excluído os óbitos nestas instituições de seus balanços diários, por várias semanas. Estes números passaram a ser incluídos no fim de abril.
No total, 33.841 mortes relacionadas ao coronavírus foram registradas na Inglaterra e no País de Gales entre 1º de março e 30 de abril de 2020. Este balanço corresponde a até 5 de maio, de acordo com o ONS, cujo cálculo é diferente do que é feito pelo Ministério da Saúde.
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