Quase 70 por cento dos brasileiros consideram que a paralisação dos caminhoneiros gerou mais prejuízos do que benefícios ao país, e defendem que o governo controle os preços dos combustíveis e do gás de cozinha, mesmo que gere perdas para a Petrobras, de acordo com pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira.
Segundo o levantamento, publicado pelo jornal Folha de S.Paulo, 68 por cento dos brasileiros são contra à política de reajustes de combustíveis utilizada atualmente pela Petrobras, que atrela os valores à variação internacional do barril de petróleo e ao dólar.
Essa parcela da população acredita que “o governo deve controlar a Petrobras e baixar os preços dos combustíveis e do gás, mesmo que (a estatal) possa ter prejuízo”, enquanto 26 por cento consideram que o governo deveria deixar a Petrobras “livre para definir o preço dos seus produtos e buscar lucro como outras empresas”.
A alta no preço do diesel devido à política de preços da Petrobras foi a principal causa da paralisação de caminhoneiros no mês passado, que durou mais de 10 dias e só terminou após o governo atender a uma série de demandas, inclusive redução no preço do combustível, gerando elevado custo fiscal.
Responsável por implantar a política de reajuste de preços atrelado ao barril do petróleo no mercado internacional, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, pediu demissão do cargo após a decisão do governo de reduzir o preço do diesel.
A pesquisa Datafolha também apontou que 69 por cento dos entrevistados consideram que a greve trouxe mais prejuízos do que benefícios para o país, enquanto 20 por cento apontam o inverso, afirmando terem visto mais ganhos do que perdas.
Durante a paralisação, o Datafolha fez uma pesquisa por telefone sobre a greve dos caminhoneiros que apontou apoio de 87 por cento à greve. No entanto, o instituto ressaltou que não é possível fazer uma comparação entre os números devido à metodologia diferente.
O levantamento também apontou que 72 por cento da população acreditam que a situação econômica do país se deteriorou nos últimos meses, contra apenas 6 por cento que viram melhora. Em abril, 52 por cento dos brasileiros consideravam que havia ocorrido piora no ambiente econômico.
A pesquisa Datafolha ouviu 2.824 pessoas em 174 municípios nos dias 6 e 7 de junho, e a margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
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