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Economia

Na China, Mourão quer manter Brasil longe da guerra comercial

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Mourão vai tentar atrair investimentos chineses e preparar terreno para futura viagem do presidente Jair Bolsonaro ao país

Hamilton Mourão: vice-presidente ficará uma semana na China e vai se encontrar com presidente chinês, Xi Jinping (Sergio Moraes/Reuters)

Enquanto o presidente brasileiro Jair Bolsonaro será homenageado em almoço no Texas, nos Estados Unidos, o vice Hamilton Mourão viaja à China nesta quinta-feira para encontro com políticos e empresários locais.

O vice-presidente tem agenda nas cidades de Xangai e Pequim, onde se encontra com o presidente chinês, Xi Jinping, na próxima sexta-feira 24. Os compromissos de Mourão nos próximos dias também incluem uma visita à Bolsa de Valores de Xangai, eventos culturais e reuniões com empresários. Antes da China, a comissão brasileira fará rápidas paradas em Beirute, no Líbano, e Florença, na Itália.

Mourão afirmou que vai usar a viagem para levar uma “mensagem política” do presidente Jair Bolsonaro e reforçar a “parceria estratégia” que o Brasil tem com os chineses. A visita acontece em meio ao acirramento de uma guerra comercial entre Estados Unidos e China. O presidente norte-americano, Donald Trump, aumentou as tarifas para produtos chineses na semana passada, e o governo chinês retaliou com aumento de taxas contra os norte-americanos.

Em entrevista à TV Brasil, Mourão defendeu que, apesar da clara ligação com os Estados Unidos no governo do presidente Jair Bolsonaro e desde “a origem da nossa independência”, o Brasil precisa ter “pragmatismo suficiente”. A China é a maior parceira comercial brasileira: em 2018, o Brasil exportou para os chineses mais de 64,2 bilhões de dólares, e importou 34,7 bilhões. Produtos como a soja podem se beneficiar de tarifas mais altas da China contra os norte-americanos, e o Brasil também espera aumentar suas exportações de carne de porco, diante da peste suína africana que vem afetando o mercado de carnes chinês.

Mourão também tentará emplacar o Brasil no novo programa de investimentos chineses, que tem sido chamado de “nova rota da seda”, que vai incluir projetos de infraestrutura e comércio.

A visita também prepara terreno para um possível encontro entre Bolsonaro e Xi Jinping, que deve ocorrer em agosto. As relações nunca foram das melhores entre o presidente e os chineses: durante a campanha eleitoral, vale lembrar, o então candidato do PSL comparou o gigante asiático a “um predador que quer dominar setores estratégicos da economia brasileira”.

Mourão tenta, assim, se mostrar como um elo entre as duas partes e mostrar que o Brasil não quer ter lado na guerra comercial. Quer, pelo contrário, se beneficiar dela.

 

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