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Deslocamento de talude de mina em Barão de Cocais fica mais rápido
Risco de rompimento da barragem segue no nível mais alto e a agência registrou que as velocidades da movimentação aumentaram nos últimos dias
O talude (estrutura de sustentação) da cava da Mina Congo Soco, da mineradora Vale em Barão de Cocais (MG) continua se movendo e, nos pontos mais críticos, a Agência Nacional de Mineração (ANM) registrou que a velocidade subiu de 20 centímetros/dia ontem para 21 cm/dia nesta segunda-feira, 27. Em sua porção inferior, o talude passou a se movimentar 17,8 cm/dia — no domingo 26 a velocidade da movimentação era de 15,8 cm/dia na mesma região.
A ANM interditou e suspendeu as atividades do complexo minerário Gongo Soco no dia 17 de maio. A Defesa Civil de MG continua monitorando a movimentação do talude. O risco de rompimento da represa segue no nível 3, o mais alto, de acordo com o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico da cidade e membro efetivo da Defesa Civil.
A velocidade do deslocamento vem aumentando desde abril, quando o talude começou a se movimentar cerca de 5 centímetros por dia, ritmo que só se acelera desde então, segundo dados divulgados periodicamente pela ANM. Na última quinta-feira 23 à noite, tal velocidade era de 16 cm/dia nos pontos críticos.
De acordo com projeções divulgadas pela agência e pela Vale, nesse ritmo, o desabamento do talude norte na cava da mina estaria previsto para ocorrer neste final de semana. Segundo a ANM, o talude norte da cava de Gongo Soco estava se deslocando 10 centímetros por ano desde 2012, um deslocamento aceitável dada a dimensão da estrutura, mas neste ano começou a acelerar sua movimentação.
Histórico
A barragem Sul Superior teve nível de segurança elevado ao nível três, que indica risco iminente de ruptura, em 22 de março, depois que uma auditoria se negou a emitir laudo de segurança para a estrutura. No dia 13, a empresa informou às autoridades que o talude da mina da represa poderia desmoronar, ocasionando abalo sísmico que poderia fazer com que a Sul Superior se rompesse.
O estudo foi feito pela empresa Potamos, a pedido da Vale, e entregue na última terça-feira, 21, ao Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG), por determinação judicial, depois que a Promotoria julgou insuficiente relatório anterior de impacto fornecido pela mineradora. O MP-MG informou que o estudo foi juntado ao processo e “dará ciência do conteúdo aos órgãos de Estado para que avaliem se os planos emergenciais apresentados pela Vale em juízo estão adequados ao pior cenário possível em caso de rompimento da barragem”.
(Com Estadão Conteúdo)
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