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Barão de Cocais: desprendimento em talude não afetou barragem, diz Vale

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De acordo com a Vale, as primeiras avaliações indicam que o material está deslizando de forma gradual e não causará ‘maiores consequências’

Vista aérea mostra a mina Gongo Soco, da Vale, localizada em Barão de Cocais (MG) – 23/05/2019 (Leonardo Benassatto/Reuters)

Parte de uma das paredes do talude (estrutura de sustentação) da Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais (MG), se desprendeu na madrugada desta sexta-feira, 31. De acordo com a Vale, mineradora responsável pela estrutura, a cava de onde é retirado o minério e a barragem Sul Superior, com os rejeitos da atividade, não foram afetadas.

“As primeiras avaliações indicam que o material está deslizando de forma gradual, o que até o momento corrobora as estimativas de que o desprendimento do talude deverá ocorrer sem maiores consequências”, informou a mineradora, em nota. A Vale disse ainda que a barragem segue com monitoramento 24 horas por dia com uso de radar e estação robótica capazes de “detectar movimentações milimétricas”

Um estudo de impacto de um eventual rompimento da barragem aponta para a possibilidade de morte de moradores e “inundação generalizada de áreas rurais e urbanas” em três municípios, além de possíveis interrupções de estradas e problemas com abastecimento de água e de luz.

Além de Barão de Cocais, os municípios a ser afetados pela lama são Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo. Nas três cidades, a população que teria de ser retirada de casa para não ser atingida pela lama ultrapassa 10.000 pessoas: são cerca de 6.000 em Barão de Cocais, 2.400 em São Gonçalo do Rio Abaixo e 1.700 em Santa Bárbara. As três cidades já passaram por simulações de evacuação.

A velocidade do deslocamento do talude vem aumentando desde abril, quando a estrutura passou a se movimentar cerca de 5 centímetros por dia, ritmo que só se acelera desde então, segundo dados divulgados periodicamente pela Agência Nacional de Mineração (ANM). Na última terça-feira 28, nos pontos mais críticos, a velocidade registrada subiu para 24,8 cm/dia. Em sua porção inferior, o talude passou a se movimentar 20,1 cm/dia.

Mesmo com os monitoramentos frequentes, a ANM afirmou que não tinha uma ideia exata de quando o talude poderia se romper. A agência interditou e suspendeu as atividades do complexo minerário Gongo Soco no dia 17 de maio. O risco de rompimento da represa segue no nível 3, o mais alto, de acordo com o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico da cidade e membro efetivo da Defesa Civil.

A barragem Sul Superior teve nível de segurança elevado ao nível 3, que indica risco iminente de ruptura, em 22 de março, depois que uma auditoria se negou a emitir laudo de segurança para a estrutura. No dia 13, a empresa informou às autoridades que o talude da mina da represa poderia desmoronar, ocasionando abalo sísmico que poderia fazer com que a Sul Superior se rompesse.

Confira a nota da Vale:

A Vale informa que identificou ao longo da madrugada desta sexta-feira, 31/5, o desprendimento de fragmentos do talude norte da cava da Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais (MG). Esses blocos se acomodaram no fundo da cava. As primeiras avaliações indicam que o material está deslizando de forma gradual, o que até o momento corrobora as estimativas de que o desprendimento do talude deverá ocorrer sem maiores consequências.

A cava e a barragem Sul Superior, que fica a 1,5 km da mina, seguem com monitoramento 24 horas por dia de forma remota, com o uso de radar e estação robótica capazes de detectar movimentações milimétricas, além de sobrevoos com drone. A barragem está em nível 3 desde 22 de março e a Zona de Autossalvamento (ZAS) já havia sido evacuada preventivamente em 8 de fevereiro.

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