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Apadrinhamento afetivo: voluntários apoiam crianças e adolescentes que vivem em abrigos no DF
Projeto oferece laços afetivos a menores que não foram adotados. Palestra neste sábado (20) apresenta iniciativa.
Garantir apoio e aconselhamento a crianças e adolescentes que vivem em abrigos no Distrito Federal. Esse é o objetivo do grupo Aconchego, que une voluntários e jovens acima dos 10 anos de idade por meio do programa de apadrinhamento afetivo.
A iniciativa é voltada para crianças com poucas chances de retorno à família de origem ou adoção. Cada uma delas é “apadrinhada” por um voluntário, que tem de oferecer conselhos, apoio e o que for possível para estabelecer uma relação de confiança com o afilhado.
Segundo os organizadores do projeto, o objetivo é desenvolver estratégias e ações para construir e manter vínculos afetivos entre os menores e os voluntários, nos papéis de padrinhos e afilhados.
Programa apadrinhamento afetivo beneficia crianças — Foto: NSC TV/Reprodução
“Queremos contribuir para que essas crianças possam usufruir o direito à convivência familiar e comunitária”, explica a coordenadora do projeto, Maria Penha Oliveira.
“Nosso desejo é que elas tenham a possibilidade de construir e manter vínculos afetivos fora da instituição com pessoas significativas, que sejam referências de vida, de forma a proporcionar o seu desenvolvimento pessoal e social.”
Histórias de sucesso
O programa teve grande importância na vida de Lincoln Alves, de 25 anos, professor de squash e estudante de Educação Física. O jovem foi apadrinhado aos 14 anos por uma voluntária do projeto, e até hoje eles mantem o relacionamento de madrinha e afilhado.
“Ela me ajuda com conselhos e dicas para crescer na vida. Esse projeto foi muito importante para mim, pois tenho uma pessoa que posso contar em todos os momentos, nos bons e nos difíceis”, afirma Lincoln.
Mas não são só as crianças e jovens apadrinhados que se beneficiam com o projeto. A executiva em finanças Kelly Mattos apadrinhou uma jovem há um ano e meio, e conta que recebe mais experiência de vida com a afilhada do que doa.
“Ela é como se fosse uma afilhada de batismo mesmo. No começo, foi trabalhoso criarmos uma intimidade, mas depois que cada uma quebra sua casca, é um relacionamento incrível.”
Kelly conta que a afilhada fará 18 anos em outubro, e deverá sair do abrigo. “Ela está super motivada a estudar, e começou a trabalhar este ano, como jovem aprendiz. Minha ideia principal é ensiná-la a ser independente, mas sempre que ela precisar de mim, terá o meu apoio”, afirma a executiva.
Como participar
Para se tornar padrinho, os interessados precisam passar por uma seleção. O grupo Aconchego procura voluntários que:
- Tenham disponibilidade para partilhar tempo e afeto com crianças/ adolescentes acolhidos;
- Possam oferecer cuidados de qualidade e singularizados;
- Desejem colaborar com a construção e sustentação do projeto de vida e promoção da autonomia de adolescentes;
- Tenham mais de 21 anos de idade (diferença de pelo menos 16 anos para o afilhado);
- Não façam parte do cadastro da adoção;
- Participem dos encontros de sensibilização e formação de padrinhos e madrinhas;
- Participem dos encontros de acompanhamento.
O primeiro passo é se inscrever no programa, por meio do site. Em seguida, os interessados precisam assistir a uma palestra sobre a iniciativa. A próxima edição ocorre neste sábado (20), na Asa Sul (veja detalhes abaixo).
Os candidatos a padrinhos também precisam passar por um processo de capacitação composto por seis encontros. Após essa etapa, podem decidir se realmente querem apadrinhar uma criança ou adolescente.
Serviço
Palestra “Apadrinhamento Afetivo, um encontro de afeto e amizade”
- Local: Centro Educacional Leonardo Da Vinci (SGAN 903 Sul))
- Data: 20, sábado, a partir das 10h
- De graça
- Informações: (61) 3963-5049/98473-6363
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