O aeroporto que será inaugurado nesta terça, batizado de Glauber Rocha em homenagem ao cineasta baiano, custou cerca de 145 milhões de reais em recursos do governo federal e estadual. A última parcela do financiamento federal foi pago no final de 2018, ainda no governo de Michel Temer.
Ao tomar conta do evento, o Planalto fechou o acesso à inauguração alegando questões de segurança, restringindo a convidados.
O governo federal expediu 300 convites inicialmente e reservou outros 70 para o governo estadual. Em seguida, resolveu aumentar a cota federal para 600 pessoas e, depois de uma reclamação do governador, cedeu outras 30 vagas para o Estado.
Esta é a terceira viagem do presidente à região Nordeste, onde foi derrotado pelo petista Fernando Haddad nas eleições de 2018. Bolsonaro foi a Recife, onde participou de uma reunião da Sudene, e a Petrolina, para entregar chaves de imóveis do programa Minha Casa, Minha Vida. Assim como agora, o programa em Petrolina teve acesso popular controlado.
A visita à Bahia ocorre na esteira na crise criada pela fala do presidente em uma conversa com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, antes de iniciar um café com jornalistas estrangeiros, na sexta-feira passada.
Sem ver que o microfone estava captando a conversa, Bolsonaro disse que “daqueles governadores de ‘paraíba’, o pior é o do Maranhão; tem que ter nada com esse cara”.
Depois, em entrevistas, Bolsonaro negou que tivesse chamado os nordestinos de “paraíbas”, uma forma pejorativa de se referir às pessoas da região. Primeiro, pelo Twitter, afirmou que apenas havia dito “daqueles governadores”. Depois, em entrevista, garantiu que estava criticando os governadores do Maranhão e da Paraíba.
A fala do presidente foi bastante criticada e gerou reação das redes sociais. No mesmo dia, os governadores do Nordeste divulgaram uma carta em que afirmavam ter recebido com “espanto e indignação” a declaração do presidente transmitindo “orientações de retaliação a governos estaduais”.
Em nota divulgada nesta segunda, a Frente Parlamentar em Defesa do Nordeste afirma que a declaração de Bolsonaro “naturaliza e estimula o preconceito” e anuncia que tomará medidas contra o presidente, “inclusive abertura de processo judicial”.
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