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Secretário de Estado dos EUA acusa democratas de ‘perseguição’
Mike Pompeo afirma que ele e outros diplomatas não testemunharão ao Congresso nas próximas semanas, apesar de terem sido convocados
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, afirmou nesta terça-feira, 1, que ele e os demais funcionários do Departamento de Estado convocados a testemunhar perante o Congresso sobre o processo de impeachment de Donald Trump não prestarão depoimento até que se obtenha “mais clareza sobre esses assuntos”. Pompeo ainda acusou os congressistas democratas de “perseguição”.
Pompeo divulgou em sua página no Twitter uma carta enviada aos três comitês da Câmara dos Deputados que haviam convocado cinco funcionários atuais e antigos do seu departamento a prestar depoimento nas próximas duas semanas. O secretário de Estado também foi intimado a depor.
Pompeo disse que a convocação da Câmara feita a ele e a outros diplomatas “só pode ser entendida como uma tentativa de intimidação, perseguição e uma forma imprópria de tratar renomados profissionais do Departamento de Estado”.
“Deixem-se ser claro: não vou tolerar este tipo de tática e vou usar todos os meios a minha disposição para impedir e expor qualquer tentativa de perseguição a estes dedicados profissionais, os quais estou orgulhoso de liderar e de servir”, tuitou Pompeo.
O secretário disse ainda que as convocações têm “profundas deficiências legais e de procedimento” e que os depoimentos dos cinco funcionários que tinham que começar nesta quarta-feira, 2, “não são factíveis”. Ele não mencionou se os diplomatas poderão comparecer em outras datas.
I’m concerned with aspects of the Committee’s request that can be understood only as an attempt to intimidate, bully, & treat improperly the distinguished professionals of the Department of State, including several career FSOs. pic.twitter.com/QRtMaXlhQM
— Secretary Pompeo (@SecPompeo) 1 de outubro de 2019
Entre os convocados a depor estão a ex-embaixadora dos Estados Unidos na Ucrânia, Marie Yovanovitch, e o ex-emissário americano no país, Kurt Volker, que renunciou durante o final de semana.
Os congressistas democratas que presidem diferentes comissões da Câmara estão investigando se Trump pressionou de forma inadequada o novo presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, pedindo-lhe que buscasse informações comprometedoras de seu potencial oponente nas eleições de 2020, o ex-vice-presidente Joe Biden.
A denúncia sobre o caso foi compilada em nove páginas por um funcionário anônimo que atua na inteligência americana. Segundo esse denunciante, Volker também atuou por uma investigação sobre Biden e seu filho, Hunter, na Ucrânia.
O objetivo de Trump era que o governo ucraniano apurasse a fundo a participação do ex-vice-presidente americano na demissão do ex-procurador-geral do país, Viktor Shokin.
Segundo ele, em 2014 Biden teria pressionado o então presidente da Ucrânia Petro Porosheko a demitir Shokin. O procurador supostamente estava encarregado de uma investigação por corrupção contra a empresa de energia em que Hunter Biden trabalhava, Burisma.
Diante das suspeitas, Trump pediu a Zelensky que trabalhasse ao lado do secretário de Justiça americano, William Barr, para investigar as ações de Biden no país.
O diálogo entre os dois presidentes aconteceu durante uma ligação telefônica em julho passado. A transcrição da conversa foi liberada pela Casa Branca na semana passada.
O jornal Kyiv Post, porém, informou que Hunter e Joe Biden não foram investigados na Ucrânia e que os processos criminais abertos na Justiça local envolviam a Burisma e seu dono, Mykola Zlochevsky. Também publicou que Shokin não participara desses casos e que sua demissão era solicitada por diferentes setores da sociedade por sua obstrução e omissão em investigações de corrupção.
Diante do caso, a democrata Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Deputados, anunciou a abertura de um processo formal de impeachment contra Donald Trump por abuso de poder.
(Com AFP)
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