O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, rebateu a posição do governo venezuelano de Nicolás Maduro, que negou nesta quinta-feira, 10, que a Venezuela tenha relação com o óleo encontrado em ao menos 139 praias do Nordeste brasileiro.
Salles afirmou que a informação confirmada até agora é de que se trata de petróleo de origem venezuelana, o que não significa que o material tenha vazado de poços de petróleo do país vizinho ou que uma embarcação da Venezuela tenha despejado o óleo no litoral brasileiro.
“A indicação de origem Venezuelana do óleo se baseia em análise técnica laboratorial da Petrobras”, declarou o ministro. “A hipótese aventada é que pode ter sido derramado a partir de navios que trafegaram ao longo da costa brasileira, e não necessariamente de campos do governo ditatorial venezuelano”, concluiu.
“Tenho quase certeza. Não temos bola de cristal para descobrir rapidamente quem é o responsável pelo ato criminoso, mas tomamos as providências”, disse o presidente mais cedo.
Até esta quarta-feira, 9, as investigações sobre a origem do petróleo conduzidas pela Marinha e pela Polícia Federal se concentravam em 23 embarcações suspeitas.
O cruzamento de informações aponta que, na região investigada, havia embarcações de diversas origens. O trabalho se concentra em cruzar rotas mais usadas no transporte de petróleo e a direção que as toneladas de óleo tomaram até chegar às praias do Brasil. O rastreamento também tem buscado informações de GPS dessas embarcações.
O material identificado até agora em amostras tem a “assinatura” do petróleo da Venezuela, ou seja, a composição da borra é de origem venezuelana, segundo estudos da Petrobras e da Marinha.
O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, afirmou, em coletiva de imprensa, durante o Fórum de Investimentos Brasil 2019, que o inquérito ainda é inconclusivo.
“Estamos levantando os navios e bandeiras. Pode ter sido acidente ou incidente, ainda não chegamos a essa conclusão”, disse o ministro na coletiva. O evento, realizado em São Paulo, é organizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos.
Azevedo e Silva ressaltou que ainda não tem como saber se o vazamento foi criminoso. “Ainda não sabemos a origem. No momento estamos verificando a origem do petróleo e não o responsável. Já sabemos que não é vazamento de nossas plataformas”, acrescentou o ministro.
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