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Presidente catalão anuncia eleições regionais

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Essa crise pode complicar a mesa de negociações com o governo espanhol do socialista Pedro Sánchez

Catalunha: região da Espanha teve suas relações com a Europa deterioradas na última semana (Fabian Bimmer/Reuters)

O presidente catalão, o separatista Quim Torra, anunciou nesta quarta-feira (29) que convocará, nos próximos meses, eleições antecipadas nesta região espanhola, em razão “da deterioração da confiança mútua” com seus parceiros de coalizão, também separatistas, da ERC.

A convocação eleitoral não será imediata. Será adiada até a aprovação dos orçamentos catalães, em cerca de dois meses.

“Esta legislatura não tem mais sustentação política”, disse Torra no palácio do governo em Barcelona.

“Quero informá-los, então, que depois que os orçamentos forem aprovados no Parlamento, anunciarei a data das eleições”, acrescentou o líder do partido Juntos pela Catalunha, liderado por Puigdemont.

Essa crise pode complicar a mesa de negociações com o governo espanhol do socialista Pedro Sánchez, que prometeu encontrar uma solução para o conflito catalão após um acordo com a ERC criticado por Torra e por seu antecessor Carles Puigdemont.

Apesar do anúncio, Torra disse que mantém a reunião planejada na próxima semana em Barcelona com Pedro Sánchez como um passo preliminar para a mesa de negociações entre o governo central e regional.

“Tenho responsabilidade e determinação para explorar a real vontade do governo espanhol em uma negociação de verdade”, afirmou.

Parceiros de governo desde o início de 2016, Juntos pela Catalunha (então PDeCAT) e Esquerda Republicana (ERC) mantiveram um difícil equilíbrio entre aliados e concorrentes pela liderança do movimento de independência.

O divórcio se consumou esta semana quando o presidente do Parlamento regional Roger Torrent, da ERC, aceitou uma ordem judicial para retirar o cargo de deputado de Torra, que havia pedido que ele desobedecesse esse mandato.

A retirada do cargo deriva de uma condenação por desobediência quando o presidente regional resistiu em 2019 à remoção de símbolos ligados ao separatismo da sede do governo catalão, conforme ordenado pelo Conselho Eleitoral Espanhol.

 

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