Bolsonaro foi convencido da necessidade de estender a medida em meio à crise vivida pelo Ceará com o motim dos policiais, que exigem aumentos salariais. De acordo com os últimos dados da Secretaria de Segurança do Estado, entre os dias 19 e 25 deste mês, com o motim dos PMs, 195 pessoas já foram assassinadas no Ceará. Antes do movimento, a média era de 8 mortes por dia.
Governadores
Com as notícias de que o governo federal poderia negar a extensão da GLO, um grupo de governadores começou a se organizar para enviar PMs das suas tropas estaduais para o Ceará. A medida foi confirmada à Reuters pelos governadores do Piauí, Wellington Dias (PT), e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC).
“Espero que o presidente da República renove a presença das Forças Armadas e Força Nacional para o Ceará. É uma necessidade na proteção do povo, são brasileiros do Ceará que precisam do nosso apoio”, disse Wellington Dias. “Caso não haja este apoio, sim, o Piauí vai ajudar o povo do Ceará num momento de grandes dificuldades. Estamos falando de vida ou morte.”
Witzel também confirmou a intenção de governadores de vários Estados em enviar tropas ao Ceará no caso da não renovação da GLO, ou se o período não for considerado suficiente. O plano de ajuda foi batizado de Cooperação Policial Nacional.
A ajuda deve incluir , segundo o governador, policiais de Rio de Janeiro, Bahia, Piauí, Maranhão, Pará e São Paulo. Somente esses Estados se preparam para o envio de 700 homens para o Ceará.
Nas últimas semanas, os governadores de vários Estados têm se organizado como uma frente de defesa mútua e de oposição a Bolsonaro. Há duas semanas, 20 deles fizeram uma carta de apoio ao governador da Bahia, Rui Costa (PT), atacado por Bolsonaro e acusado de ter influenciado sua polícia para matar o ex-policial militar fluminense Adriano Nóbrega, apontado como chefe de uma milícia que atua no Rio e que tinha relações com o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), filho do presidente.
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