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Na contramão do Brasil, países vizinhos adotam isolamento por coronavírus
Os cidadãos da Argentina, Chile, Colômbia e Peru deverão permanecer em casa por 14 dias sob risco de multa e outras penalidades legais
Argentina, Chile, Colômbia e Peru adotaram nos últimos dias a obrigatoriedade de isolamento domiciliar para pessoas vindas de países onde o surto de coronavírus é mais intenso. Os cidadãos deverão permanecer em casa por 14 dias sob risco de multa e outras penalidades legais, informaram as autoridades.
A medida dos vizinhos não é algo que o Ministério da Saúde do Brasil cogita adotar imediatamente. O discurso do ministro Luiz Henrique Mandetta tem sido de cautela quanto a ações como esta. Até a noite desta quarta-feira, 11, o Brasil somava 69 casos confirmados. Na Colômbia, as confirmações chegaram a nove e são 13 os pacientes no Peru. Na Argentina, uma pessoa morreu em decorrência da doença. O Chile tem 23 casos.
A Colômbia determinou o isolamento obrigatório de pessoas que cheguem da China, Espanha, França e Itália em uma tentativa de impedir a propagação do novo coronavírus. “Dadas as implicações de quarentena por parte da China, Itália, Espanha e França, o governo nacional adotou o isolamento preventivo de pessoas provenientes desses países para proteger a saúde coletiva”, disse o presidente Iván Duque por meio do Twitter.
O ministro da Saúde colombiano, Fernando Ruiz, detalhou que os viajantes procedentes desses quatro países deverão se isolar por 14 dias, que é o período específico de duração da doença e quando pode haver contágios, em seus lugares de domicílios, hotéis ou localidades de destino.
“É obrigatório o isolamento sob pena de multa e eventualmente, em caso de reincidência, em medidas previstas pelo código penal colombiano”, disse o ministro em uma coletiva de imprensa. Os estrangeiros poderão ser expulsos nessas situações.
Às pessoas que chegaram nos últimos 14 dias, o governo colombiano recomenda o isolamento. “Em nenhum caso deve ir a locais de aglomeração massiva”, adicionou Ruiz. Duque anunciou medidas de alívio econômico para setores do turismo e aviação, que sofrem com os efeitos da epidemia. A prefeita de Bogotá, Claudia López, declarou alerta amarelo na cidade, com medidas que incluem o adiamento de todo evento público ou privado com mais de mil pessoas.
Segundo a autoridade migratória, todos os dias chegam ao país cerca de 2,3 mil pessoas (60% colombianos e 40% estrangeiros) vindos desses países; 80% deles viajam a turismo.
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, disse que será obrigatória a quarentena aos cidadãos que cheguem de países onde é alta a circulação do coronavírus. “A pessoa nessa quarentena de 14 dias tem a obrigação de ficar em casa isolada. Se isso não for cumprido, estará incorrendo em um delito que é por em risco a saúde pública”, disse Fernández em entrevista a uma rádio de Buenos Aires.
O país também suspendeu, nesta quinta-feira, de maneira temporária, a emissão de vistos para pessoas provenientes de China, Estados Unidos, Coreia do Sul, Japão, Irã, Reino Unido, União Europeia e os países do área Schengen para evitar o avanço dos casos de coronavírus no país sul-americano.
A decisão do governo argentino, publicada no Diário Oficial, veio um dia depois da Organização Mundial da Saúde (OMS) qualificar o coronavírus como pandemia.
Por sua vez, o governo da cidade de Buenos Aires, a capital argentina, anunciou também nesta quinta-feira que proibirá a presença do público em eventos esportivos, assim como a realização de atividades que concentrem pessoas, para evitar contágios de coronavírus, segundo a agência estatal local Télam.
Medida similar foi anunciada pelo Peru, que ordenou o isolamento domiciliar por duas semanas. O presidente Martín Vizcarra também alterou o início das aulas nas escolas públicas para o dia 30 de março. Muitos colégios privados, que já tinham começado o período escolar, também deverão suspender suas atividades. “Não podemos fazer um controle de todos os viajantes, mas a responsabilidade é de cada cidadão”, disse Vizcarra em companhia dos seus ministros da Saúde, Educação e Economia.
América Central
Países da América Central, com sistemas de saúde frágeis, já têm adotado medida radicais, ainda que não tenha havido escala de casos nesta região. O presidente de El Salvador, Nayin Bukele, anunciou nesta quarta-feira, 12, em cadeia de rádio e TV, quarentena em todo o território nacional e vetou a entrada de todos os estrangeiros por um mês. As férias escolares também foram suspensas por três semanas.
Já o governo da Guatemala anunciou a proibição de entrada de cidadãos de todos os países europeus, além de China, Coreias do Sul e do Norte e Irã. (Com agências internacionais).
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