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Economia

Ibovespa cai 15% e negociações param pela segunda vez no dia

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Pela quarta vez nesta semana, a bolsa acionou o mecanismo de “circuit breaker”, que interrompe as negociações por meia hora para tentar diminuir o pânico

A bolsa brasileira B3: mercado de ações local sofre com as incertezas sobre o coronavírus (Cris Faga/Getty Images)

Poucos minutos após a retomada das negociações que foram interrompidas por um “circuit breaker” na primeira meia hora de negociações, as transações foram novamente interrompidas quando o Ibovespa, principal índice acionário do mercado brasileiro, recuou 15,4%, para 72.026 pontos. O “circuit breaker” é um mecanismo que interrompe as negociações por 30 minutos quando a queda do índice chega a 10% e por uma hora quando a baixa chega a 15% para que os investidores esfriem a cabeça. O nervosismo com a piora da epidemia de coronavírus Covid-19 no mundo não está se dissipando passa.

O “circuit breaker” de hoje foi o terceiro da bolsa na semana. Se a queda chegar a 20%, a bolsa B3 decide quando retomar as negociações.

O dólar comercial chegou a superar R$ 5 no início dos negócios hoje, mas a alta arrefeceu, e a moeda americana às 10h35 estava sendo vendida a R$ 4,90.

A ação preferencial da Petrobras, que tem o maior peso no Ibovespa, caía 18% às 11h08, para 13 reais, e o papel do Itaú, o segundo mais relevante, recuava 12,2%, a 22,99 reais.

Ontem à noite, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou o fechamento do país a viajantes vindos da Europa, o que sinalizou para os investidores que o cenário é pior do que o imaginado anteriormente.

“O mundo está percebendo que a coisa é muita mais feia do que se achava”, afirmou Jefferson Laatus, estragita-chefe e fundador do Grupo Laatus. Segundo ele, esse tipo de medida vem com impactos negativos na economia que só poderão ser mensurados no próximo trimestre. “Ainda não se vê isso nos dados econômicos. Mas no próximo trimestre vai dar para avaliar o quanto a China sofreu e o quanto os outros países demoraram para setir os efeitos do coronavírus.”

No Brasil, a derrubada, no Congresso Nacional, do veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao aumento do BPC (benefício assistencial a idosos carentes e deficientes) impôs uma nova derrota ao governo e elevou a preocupação com a evolução da situação fiscal do Brasil em um momento em que a saúde pública vai demandar mais gastos. “Além do coronavírus tem problemas referentes ao Congresso. O Brasil vai sofrer mais que o resto do mundo”, disse Laatus.

Ontem, após Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar que o surto de Covid-2019 é uma pandemia, o mercado financeiro entrou em pânico. No Brasil, foi acionado pela segunda vez em três dias. Na mínima, o índice chegou a cair 12,38%.

Com relação à máxima histórica do índice, de 119.593 pontos, atingida em 24 de janeiro deste ano, o Ibovespa acumula queda de 28,78% – o que, tecnicamente, caracteriza uma tendência de queda, ou seja, “bear market” no jargão do mercado.

 

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