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Gantz e Nethanyahu falham em formar governo de Israel
Parlamento terá três semanas para indicar um primeiro-ministro, o que abre margem para a convocação da quarta eleição em menos de dois anos
Após o fracasso do primeiro-ministro e líder do Likud, Benjamin Netanyahu, que ocupa o cargo de forma interina, e o líder do partido Azul e Branco, Benny Gantz, em formar um governo de “unidade e urgência”, o presidente de Israel, Reuven Rivlin, incumbiu o parlamento israelense da tarefa de indicar nas próximas três semanas um novo governo nesta quinta-feira, 16. A iniciativa abre margem para a convocação de novas eleições, a quarta em menos de dois anos.
Na segunda-feira 13, Rivlin havia estendido o prazo em mais 48 horas a pedido de Gantz e de Netanyahu, que justificaram a urgência da formação de um governo para lidar com a pandemia de Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus.
“Eu não vejo a possibilidade de um governo ser formado, e passo esse processo ao Knesset (parlamento israelense). Espero que os membros do Knesset sejam capazes de formar uma maioria para formar um novo governo o mais rápido possível para evitar uma quarta eleição consecutiva”, disse o presidente. Apesar de o Parlamento estar com a tarefa, Gantz e Netanyahu anunciaram que seus partidos continuariam negociando um acordo.
As negociações emperraram principalmente em dois itens: a indicação para o Ministério da Justiça e a demanda de Gantz de governar por todo o mandato em caso de o Supremo Tribunal declarar Netanyahu inapto devido às acusações de corrupção que enfrenta no Judiciário.Netanyahu é acusado de corrupção e fraude. Seu julgamento estava programado para começar em março, mas a pandemia levou ao fechamento dos tribunais e ao adiamento de seu processo. Gantz deseja ter controle sobre as indicações para o Judiciário para evitar que o país tenha um ministro da Justiça parcial exercendo o cargo durante o julgamento de Netanyahu.
Fortalecido devido à resposta de seu governo à pandemia, Netanyahu pode se beneficiar em caso de novas eleições. Uma pesquisa divulgada na segunda-feira apontou que o partido Likud poderá conquistar 40 cadeiras e se aliar com siglas mais à direita, totalizando 64 dos 120 assentos no Parlamento, três a mais do que os 61 necessários para formar um governo. O Azul e Branco, no entanto, perderia assentos e ficaria somente com 19, segundo a pesquisa.
Israel foi um dos primeiros países a instaurar o isolamento social e a cancelar os voos internacionais para evitar a propagação da Covid-19. Ao todo, o país tem 12.591 casos diagnosticados, 2.624 curados e 140 mortos, segundo levantamento da Johns Hopkins University, de Washington. No mundo, a pandemia já infectou mais de dois milhões matou mais de 130.000, sendo os Estados Unidos o pior cenário.
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