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Coronavírus: equipamento desinfecta máscaras cirúrgicas descartáveis

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Tecnologia do dispositivo foi validada por laudos do laboratório de virologia da Universidade Estadual de Campinas

Máscara descartável poderá ser reutilizada após desinfecção em equipamento Amanda Perobelli/Reuters

Em meio à falta de equipamentos de proteção individual em hospitais no país, a empresa Panozon Ambiental obteve um laudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) que comprovou a eficácia de um equipamento na desinfecção de máscaras cirúrgicas descartáveis contra o coronavírus. A empresa é conhecida pelo tratamento de água de piscinas com tecnologia de ozônio — ela também é aplicada em hotéis e carros para a limpeza do ar, o que elimina o cheiro de cigarro e mofo, por exemplo.

Em ciclos de uma hora, a máquina é capaz de desinfectar 50 máscaras por vez, o que resultaria em 1.000 máscaras disponíveis para reúso por dia. De acordo com o engenheiro Carlos Heise, a máquina é totalmente automática. Contanto que não haja interferência humana no processo, a limpeza atingirá o padrão necessário de descontaminação — os resultados demonstraram redução de infectividade viral de 99,99%. “Desenvolvemos o projeto de forma acessível pela situação da pandemia, para viabilizar que hospitais grandes e clínicas pequenas possam ter o equipamento”, afirmou Heise. O dispositivo é portátil, de tamanho similar a duas caixas de sapato, e precisa apenas de uma tomada para funcionar. “O gás O3, o ozônio, é gerado a partir do próprio oxigênio, o O2 do ambiente, não sendo necessário qualquer outro insumo adicional”, explicou Heise.

Os testes de eficácia foram conduzidos pela pesquisadora Clarice Weis Arns, que assina o laudo e está ligada ao Laboratório de Virologia do Departamento de Genética, Evolução e Bioagentes do Instituto de Biologia da Unicamp. A conclusão do laudo diz: “Considerando que houve inibição da infecção viral na máscara, pode-se concluir que a mistura do Gás Ozônio gerado a 45 minutos de exposição + tecido da máscara foi eficaz para a inativação de partículas virais do Coronavírus e, portanto, recomendamos o uso como potencial agente desinfectante para as máscaras testadas”.

Há um detalhe importante: o equipamento funciona somente com materiais não oxidáveis. A máscara N95, por exemplo, tem látex. O ozônio oxida a borracha e ela perde a elasticidade necessária para ficar no rosto. No caso da máscara cirúrgica descartável, o ozônio faz a limpeza da parte microbiológica, como bactéria e vírus. O equipamento não realiza uma limpeza mecânica de outras substâncias, como sangue e secreções. Qualquer outro material não oxidável poderá ser desinfectado na máquina: plásticos, vidro, aço inoxidável, ferramentas e panos, por exemplo. Atualmente, a Panozon produz 50 máquinas por dia. Cada uma custa 8.900 reais.

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