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Decreto de Trump que suspende vistos passa a valer e é alvo de críticas
Entra em vigor nesta quarta-feira, 24, nos Estados Unidos o decreto do presidente Donald Trump que suspende a concessão de vistos a várias categorias de estrangeiros. A medida, assinada na segunda-feira, tem gerado críticas por parte de grandes empresas americanas, sobretudo as do setor de tecnologia, que afirmam que serão prejudicadas pela redução da oferta de profissionais qualificados.
O presidente da Alphabet e do Google, Sundar Pichai, foi um dos primeiros a criticar o decreto de Trump. Em um post no Twitter na segunda-feira, ele afirmou: “A imigração contribuiu imensamente para o sucesso econômico da América, tornando-a líder global em tecnologia, e também para fazer do Google a empresa que é hoje. Estamos decepcionados com o decreto de hoje”, disse Pichai, que nasceu na Índia.
Outra influente figura dos negócios que manifestou descontentamento foi Tim Cook, presidente da Apple. “Como a Apple, esta nação de imigrantes sempre encontrou força em nossa diversidade e na esperança de promessa duradoura do sonho americano. Não haverá nova prosperidade sem as duas coisas. Profundamente decepcionado com este decreto”, disse ontem Cook em sua conta no Twitter.
As gigantes de tecnologia serão afetadas principalmente pelas restrições impostas a trabalhadores com o visto H-1B, categoria na qual se enquadra a maioria dos profissionais de tecnologia. Em 2019, o Google recebeu a aprovação do setor de imigração americano de vistos H-1B para 2.678 funcionários. No mesmo período, a Apple obteve esses vistos para 1.136 funcionários.
Empresas como Facebook, Microsoft e Tesla também criticaram o decreto de Trump. Além do H-1B, o decreto criou restrições a estrangeiros enquadrados nos vistos das categorias H-2B (que inclui trabalhadores temporários), J-1 (professores, trainees e intercambistas) e L-1 (executivos e outros funcionários com conhecimento especializado).
A suspensão da concessão de vistos vale até 31 de dezembro, mas poderá ser estendida. Trump justificou seu decreto como uma medida que pretende proteger empregos dos cidadãos americanos atingidos pela pandemia do coronavírus. Em maio, a taxa de desemprego no país foi de 13,3%, uma ligeira melhora em relação a 14,7% de abril, quando o país registrou seu pior índice desde 1939.
Para os críticos, o presidente americano está se aproveitando da covid-19 para ampliar a sua política anti-imigração. Em abril, Trump assinou um decreto que suspendeu a emissão de green cards, o visto permanente de imigração.
De acordo com uma estimativa do Migration Policy Institute, uma organização de estudos independente, o decreto de Trump pode barrar a entrada de 325.000 imigrantes até o fim do ano, incluindo trabalhadores e seus familiares.
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