Angra, por sua vez, está com a ocupação dos leitos públicos para a Covid-19 perto dos 39%, o que impactou positivamente nos resultados da Baía da Ilha Grande. A região teve, em média, 22,6 casos por dia na semana passada, 50% a menos que na anterior (45,1) e 60% abaixo do resultado de 21 a 27 de junho (56,9).
Na Região Metropolitana I, que inclui o Rio e grande parte da Baixada Fluminense, a média também segue em queda. De um quadro alarmante de 1.552 testes positivos diários, entre 14 e 20 de junho, passou para 709,3 na semana entre os dias 5 e 11 do mesmo mês. Só para se ter uma ideia, apenas uma cidade da região (Magé, com 100 notificações) apresentou aumento de casos positivos na semana passada, em relação à anterior.
Apesar disso, os efeitos das últimas medidas de flexibilização do isolamento social na cidade do Rio, como a abertura de bares e restaurantes, ainda podem aparecer nas estatísticas dentro de alguns dias. Na semana passada, o município com mais casos da doença, depois da capital, foi Macaé, com 759 novos registros. Uma das hipóteses é que o crescimento esteja relacionado a uma testagem massiva.
Uma das medidas tomada pela prefeitura foi agendar testes para trabalhadores, sócios e proprietários de alguns segmentos da economia que já puderam retornar às atividades. A experiência focou em equipes de lojas com acesso para a rua ou que funcionam dentro de pequenas galerias, centros de treinamento em saúde e também de segurança voltada para o setor de petróleo.
Contrastes no interior
Outras cidades do interior, como Sapucaia — um dos primeiros municípios com menos de 20 mil habitantes a registrar casos da doença —, vêm investindo na desinfecção em perímetros urbanos, barreiras sanitárias e rastreamento dos contatos das pessoas que apresentam sintomas da Covid-19.
A nota dissonante, porém, é o aumento das mortes notificadas em cidades como Saquarema, Rio das Ostras, Magé e Volta Redonda. Nesta última, as mortes divulgadas nos boletins do estado passaram de oito, entre 28 de junho e 4 de julho, para 23, na semana passada. Na noite da última sexta-feira, a prefeitura precisou interditar uma casa de festas onde acontecia um evento de música eletrônica com grande aglomeração de pessoas.
Numa análise por região, o aumento na quantidade de mortes ocorreu na Baixada Litorânea, no Médio Paraíba, no Noroeste do estado, no Norte Fluminense e na Região Serrana. Juntas, essas regiões registraram, na semana passada, 159 óbitos. Mas, até o boletim de anteontem, só 43 (27% do total) tinham ocorrido, de fato, nesse período.
— Esses resultados nas mortes podem ser um diagnóstico de semanas passadas, quando os números estavam mais altos — observa Lovisolo.
As prefeituras afirmam o mesmo. Rio das Ostras, que na manhã de ontem tinha 40% dos leitos de Covid-19 ocupados, aponta um descompasso entre os seus números e os que são divulgados pelo estado. No dia 6 de julho, por exemplo, o município contabilizava 36 mortes, mas só 26 apareciam nas estatísticas da Secretaria estadual de Saúde. Essa diferença só começou a ser compensada nos dias seguintes da última semana, perfazendo um total de 41 mortos.
Já em Magé, segundo a prefeitura, há apenas um paciente internado em estado grave e quatro em leitos de isolamento. E o município afirma que as mortes divulgadas pelo estado na semana passada são casos antigos, que foram investigadas e confirmados como Covid-19.
O GLOBO não obteve respostas das prefeituras de Saquarema e Volta Redonda.
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