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Economia

China cresce 3,2% no 2º trimestre, mas bolsa de Xangai despenca 4,5%

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Bolsa de Xangai: papéis asiáticos fecharam em queda (Aly Song/Reuters)

O país que mais cresceu nas últimas três décadas foi também o primeiro a retomar o crescimento após a queda com a pandemia do novo coronavírus. A China, onde o surto da covid-19 começou, na virada do ano, anunciou nesta quinta-feira que sua economia cresceu 3,2% no segundo trimestre em relação ao ano passado.

O avanço em relação ao primeiro trimestre foi de 11,5%, o suficiente para fazer o país encolher apenas 1,6% no primeiro semestre, um resultado surpreendente em meio à maior pandemia dos últimos 100 anos. O crescimento no segundo trimestre superou a estimativa de analistas em 0,6 ponto percentual — as previsões refletiam a surrealidade do momento, e iam, segundo o Wall Street Journal, de uma contração de 3,1% a um crescimento de 3,5%.

Os números mostram que o pior da pandemia de fato ficou para trás no China. Na terça-feira o país anunciou que as exportações e as importações voltaram a crescer em junho pela primeira vez no ano. A produção industrial cresceu 4,8% em junho, após avanço de 4,4% em maio, em relação a 2019. O desemprego, por sua vez, caiu em junho para 5,7% em comparação com os 5,9% de maio. A doença também parece controlada, graças a duras medidas de distanciamento social, que conseguiram fazer o país chegar, na quarta-feira, a 10 dias consecutivos sem um novo caso local de transmissão.

A dúvida na mesa agora é quanto o país consegue crescer no segundo semestre com o resto do mundo ainda às voltas com a pandemia, sobretudo a maior economia do planeta, os Estados Unidos. O Fundo Monetário Internacional prevê que a China será a única grande economia a avançar em 2020, com crescimento de 1,2%.

Apesar da volta do crescimento, a bolsa de Xangai fechou em queda 4,5% nesta quinta-feira, após duas semanas de fortes altas. A explicação está numa preocupação com dados ainda frágeis de consumo. Analistas afirmam que a indústria cresce puxada por estímulos do governo, mas o consumo pode dar uma leitura mais precisa da capacidade chinesa de se reerguer, e de crescer enquanto o mundo segue recuando. Para eles, para entender a China é melhor olhar para as casas de chá que os auto-fornos das siderúrgicas.

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