Economia
Ibovespa: Apesar do tombo do PIB, expectativa com reforma e dados da China animam o mercado
Com cerca de 2.400 pontos alcançados entre a mínima (99.382,02 pontos) e a máxima (101.819,31 pontos), o Ibovespa destoa das bolsas em Nova York, que exibem ganhos entre 0,06% e 0,90%, e ainda mais das europeias, que caem. A despeito do tombo do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 9,7% no segundo trimestre, a visão é de que o resultado foi decorrente dos efeitos da pandemia de coronavírus e que a tendência é de retomada, ainda que gradual. Mesmo com o fiscal preocupante, há ânimo na B3 ainda reforçado pela promessa do governo em acelerar a reforma administrativa. Às 11h25 desta terça-feira (1), o Ibovespa subia 2,34%, aos 101.693,92 pontos.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou hoje que enviará na próxima quinta-feira (3) ao Congresso a proposta de reforma administrativa, que pretende reestruturar o RH do Estado. Ele estava ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes, e de líderes partidários do chamado Centrão. Para o ministro da Economia, Paulo Guedes, o PIB não causa preocupação, pois é de impacto lá trás, e o País, conforme ele, está decolando em ‘V’. Bolsonaro também confirmou a prorrogação do auxílio emergencial até dezembro deste ano. Serão mais quatro parcelas de R$ 300 reais.
Ao avaliar apenas o PIB, a analista Paloma Brum, da Toro Investimentos, pondera que a retomada pode não vir de forma tão rápida e que aguarda o andamento da agenda reformista. Ela cita o recuo forte, de 12,5%, no consumo das famílias, que representa em torno de 60% do PIB. “Pode ser que isso melhore com a reabertura e tenda a beneficiar a economia como um todo”, avalia O avanço do índice de preços de gerentes de compras da China de agosto foi o quarto seguido de crescimento, ao atingir 53,1 – maior nível desde janeiro de 2011. O minério de ferro negociado no porto chinês de Qingdao fechou em alta de 0,15%, a US$ 124,66 a tonelada. Já o petróleo avança acima de 1% nos EUA e em Londres. Essa expansão deve impulsionar o Ibovespa, que amargou perdas de 3,44% em agosto, depois de uma série de quatro meses consecutivos de valorização.
“O PMI sugere que a atividade chinesa está com ímpeto mais forte do que se estimava. Como se trata da segunda maior economia do planeta e é um grande importador, que faz negócios com o resto do mundo, acaba puxando não só setores de commodities, mas também outros na Bolsa”, explica. A despeito dessa percepção de alívio, Paloma pondera que os riscos ficais. “Tão cedo o País não terá superávit, e isso preocupa. O governo tem um orçamento que cresce ano a ano e o teto corre o risco de estourar”, diz.
*Com Estadão Conteúdo
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