Centro-Oeste
‘Houve falha da PM’, diz coronel à frente da inteligência da corporação no dia 8 de janeiro, em Brasília
O coronel Reginaldo de Souza Leitão acredita que houve falha da Polícia Militar no dia 8 de janeiro, durante os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília. À época, o militar estava na chefia do centro de inteligência da PMDF.
“Não tem como dizer que não houve falha da PM, porque houve. Houve o rompimento das nossas fileiras. Houve uma falha nossa, que tem de ser estudada. Cabe os próximos gestores da PM identificar o que aconteceu, quais foram os erros, de posicionamento de tropa, pra que isso não se repita”, disse Leitão.
No entanto, ele nega que a inteligência da corporação não tenha feito o seu trabalho e disse que diversas informações sobre o acampamento foram repassadas ao comando da PM nos dias que precederam os ataques (veja detalhes abaixo). “Foi dito que tinha havido um apagão na inteligência. Esse apagão não houve”, declara o militar.
As declarações foram dadas nesta quinta-feira (16) em depoimento à CPI dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Reginaldo de Souza Leitão é o último a ser ouvido pelos deputados que atuam há nove meses na comissão.
De acordo com o militar, cinco dias antes dos ataques, anúncios de tomada de poder foram identificadas pela inteligência da PM. “Como tinham muitas fake news, a gente tinha que cruzar com outros dados para saber se essas informações são reais”, afirma o coronel.
Segundo o coronel, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) foi acionada no dia 4 de janeiro. “Até quinta, a gente não tinha informações da ANTT sobre a vinda de veículos pro DF com esse intuito”, explica Leitão.
Ele afirma que foi só a partir da sexta-feira, dois dias antes dos ataques, que as primeiras informações sobre os ônibus com bolsonaristas começaram a chegar.
“No sábado pela manhã, havia chegado em torno de 20 ônibus. Até o final do dia, chegaram 80 ônibus. Começamos a ver um movimento diferente dos outros que tinham tido até então. Houve uma primeira tentativa de enfrentamento com o Exército. Tinham proibido os ônibus de acessarem o SMU e alguns manifestantes queriam acessar”, explica o militar.
O coronel afirmou ainda que, no dia 7, também houve uma tentativa de bloquear uma faixa da via S1, no Eixo Monumental. No entanto, os bolsonaristas foram contidos pelos militares. Também foram identificadas falas “mais agressivas” por parte de algumas pessoas que estavam acampadas no local, segundo ele.
G1.
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