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Incêndio em Valencia, na Espanha, deixa 4 mortos e 15 desaparecidos
Pelo menos quatro pessoas morreram nessa quinta-feira (22) no incêndio que atingiu um edifício residencial no bairro de Campanar, em Valência, confirmaram fontes das equipes de emergência. As autoridades ainda tentam localizar 15 pessoas desaparecidas.
Os bombeiros preparam o acesso ao interior dos blocos de apartamentos. A presidente da Câmara de Valência, María José Catalá, afirmou que o número de desaparecidos pode ser revisto e que a autarquia decretou três dias de luto.
Pilar Bernabe, representante do governo da região de Valência, disse que era difícil dizer quantas pessoas estavam desaparecidas porque se tratava de “um edifício com muitos apartamentos, em que havia pessoas de nacionalidade estrangeira, cuja localização é mais difícil”.
Os mortos ainda não foram identificadas e dois pontos de assistência estão instalados: um para atender os familiares das pessoas desaparecidas e outro para ajudar as pessoas que perderam as casas no incêndio.
O vice-chefe dos serviços de emergência da região de Valência, Jorge Suarez, disse aos jornalistas que as características do edifício não permitiram extinguir as chamas no interior, tendo os bombeiros tentado primeiro combater o fogo na fachada. Acrescentou que não parecia haver risco de colapso da estrutura, no entanto os bombeiros trabalham no exterior por critérios de segurança.
O primeiro-ministro espanhol deve ir hoje a Valência para acompanhar os trabalhos.. Ontem, Pedro Sánchez disse, em mensagem na rede social X, que está consternado com o terrível incêndio e que está em contato com o governo regional para avaliar a necessidade de ajuda.
As 36 pessoas atingidas pelas chamas que solicitaram alojamento foram transferidas para hotéis da cidade, ao mesmo tempo em que foram registradas muitas manifestações de solidariedade por parte dos vizinhos da região.
O incêndio, de grandes proporções, atingiu dois blocos de apartamentos, de 14 e dez andares, com 138 unidades e cerca de 450 moradores, embora o número possa variar devido à população flutuante, informa o El País que cita a administradora do edifício e residentes no 12º andar.
Os serviços de emergência prestaram assistência a 15 pessoas, incluindo sete bombeiros. Nove delas foram transportadas para unidades hospitalares da região, das quais seis permanecem internados e as restantes já tiveram alta.
O incêndio, que começou no quarto andar, gerou grande coluna de chamas e fumaça. Em apenas meia hora, as chamas afetaram todo o edifício, que foi concluído em 2008 no cruzamento das avenidas Maestro Rodrigo e Poeta Rafael Alberti.
As chamas propagaram-se rapidamente por meio dos painéis de alumínio da fachada, revestidos de poliuretano, um material altamente inflamável, como confirmou Esther Puchades, vice-presidente do Colégio de Engenheiros Técnicos Industriais de Valência (Cogitival), que fez uma vistoria no edifício.
O forte vento de oeste também contribuiu para o incêndio, com a formação de densa e enorme coluna de fumaça negra que, segundo vários vizinhos, dificultava a respiração e ofuscava a vista. Era visível de grande parte da cidade.
Punchades acrescentou que a falta de paredes corta-fogo e o uso do material plástico poliuretano, “material que já não é usado atualmente”, na fachada teriam contribuído para a “rápida propagação do fogo”.
Incêndio registrado no bloco Grenfell Tower, em Londres, em 2017, após uma falha elétrica, foi atribuída à utilização de revestimento externo altamente inflamável.
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